Ministério Público da Espanha desconsidera pedido de Daniel Alves e tempo de pena surpreende; Confira
Acusado de estupro, o ex-jogador Daniel Alves prestou depoimento no terceiro dia do seu julgamento. No primeiro dia, a vítima do caso, que não teve sua identidade revelada, reafirmou ter sido violentada. Já no segundo dia, amigos, policiais e funcionários da boate foram ouvidos.
Durante seu depoimento, Daniel Alves respondeu perguntas da sua própria advogada, chorou ao afirmar que bebeu excessivamente e garantiu que não é um homem violento e que não forçou a denunciante a acompanhá-lo ao banheiro. Informações são do jornal 'Marca'.
Além disso, o ex-jogador ainda assumiu que mentiu na sua primeira versão, quando afirmou que não teve contato nenhum com a mulher do caso, pois não queria que a sua esposa soubesse.
Relembre:
No início de janeiro de 2023, semanas depois do ocorrido, Daniel Alves negou relações sexuais com a mulher e afirmou desconhecê-la, em entrevista a um programa de TV na Espanha.
Depois, em primeiro depoimento à polícia, ele revelou que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas não teve contato algum com ela.
Já ao ser detido, no dia 20 de janeiro, em novo depoimento à polícia, Daniel disse que houve sexo oral de forma consensual, afirmando que não havia revelado essa nova versão para "proteger" a mulher.
Em abril, o ex-jogador deu sua quarta versão dos fatos. Segundo ele, reafirmou a relaxão sexual consensual, mas com penetração, depois de sêmen do jogador ter sido encontrado em exames, novamente dizendo que escondeu a versão para "proteger" a denunciante e a esposa.
Relato sobre o ocorrido
Segundo depoimento de Daniel Alves, nesta quarta-feira (7), ele chegou às 2h30 na boate e chegou a dançar um tempo com duas mulheres, que depois convidaram outras três, entre elas, a vítima.
"Sai com meus amigos para comer juntos. Era umas 14h30. A princípio íamos só comer. Fazia muito tempo que não nos víamos então ficamos mais tempo. Pedimos 5 (garrafas) de vinho, um uísque, um saquê. (Tomei) mais ou menos uma e meia, duas garrafas de vinho, um copo de uísque. Depois de sair do restaurante, fomos direto ao bar. Ficamos aí um tempo, tomando uma rodada de gin tônica", disse o ex-atleta.
"Quando saímos daí, nós fomos ao Sutton [boate onde ocorreu toda a situação]. Eu e Bruno [Brasil] seguimos, os outros foram para casa. Entre 2 a 3 da manhã. Eu entrei na discoteca e os funcionários me levaram para a reserva da mesa 6. Depois pedi para trocar para a 7 porque a 6 estava longe da pista de dança", seguiu com o relato.
Daniel Alves contou também a sua versão do que aconteceu dentro do banheiro da boate.
Baixei as calças, sentei no vaso sanitário, ela se ajoelhou e começou a me fazer sexo oral.
"Ela estava na minha frente e começamos a relação. Lembro que ela sentou em mim. Não sou um homem violento. Não a forcei a praticar sexo oral forçadamente. Ela não me disse nada. Estávamos desfrutando os dois e nada mais", disse Daniel.
Antes do depoimento do ex-jogador, foram analisados cerca de duas horas de vídeos de câmeras de segurança da boate. Segundo a promotoria, que rebateu as falas de Daniel Alves, "quando ele entra, você vê perfeitamente uma pessoa caminhando normal, acenando para a recepcionista, para os garçons. Quando ele vai embora junto com Bruno, cercado pelos seguranças, não se vê ele cambaleando. Estava normal".
A advogada Ester García, que faz a defesa da denunciante, afirmou que a sua cliente traz "um relato espontâneo e consistente" durante todo o processo. Ela ainda reforçou o pedido de pena máxima, de 12 anos de prisão, para Daniel.
Primeiros dias de julgamento
Vale lembrar que no primeiro dia do julgamento, nesta segunda-feira (5), a vítima do caso prestou depoimento e reafirmou a história contada por ela no dia 20 de janeiro de 2023, sobre o caso de estupro e agressão ocorrido em dezembro de 2022, quando ela afirmou que foi vítima de violência sexual.
Já no segundo dia, na terça-feira (6), quatro amigos de Daniel Alves foram ouvidos. Bruno Brasil, chef de cozinha que o acompanhava na boate Sutton, foi um dos ouvidos.
Além deles, Joana Sanz, esposa de Daniel Alves, também prestou depoimento, de forma breve, relatando apenas que o companheiro chegou muito bêbado em casa.
12 policiais que trabalharam diratamente no caso, além de funcionários da boate, também foram ouvidos durante o dia.
Divergência na definição da pena
O Ministério Público da Espanha, através de uma promotora, durante as considerações finais do julgamento, desconsiderou o pedido de atenuante de pena por álcool e fiança, mantendo o pedido de nove anos de pena. Enquanto isso, a acusação segue pedindo a pena máxima de 12 anos de prisão.
Por outro lado, a defesa de Daniel Alves alega que "os meios de prova da denunciante são ilegais. Amiga e prima dela apresentam discursos superficiais e evasivos", pedindo que o relato da vítima seja desqualificado.
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