Padre Airton Freire e 3 funcionários são indiciados em dois inquéritos de crimes sexuais

 

O padre Airton Freire de Lima e três funcionários dele foram indiciados pela Polícia Civil de Pernambuco em dois inquéritos que apuraram denúncias de crimes sexuais. A informação foi repassada em coletiva de imprensa, realizada na tarde desta quarta-feira (26).

Os dois inquéritos são relacionados às denúncias feitas por duas vítimas, que acusaram o religioso e funcionários por estupro. A polícia, no entanto, não quis informar qual tipo de crime sexual, previsto no Código Penal Brasileiro, foi atribuído aos indiciados na conclusão dessas duas primeiras investigações - sob o argumento do segredo de justiça.

Há ainda três inquéritos em andamento, de mais três supostas vítimas. Uma delas é um homem que disse também ter sofrido abuso sexual após supostamente ter sido dopado.

"Os relatos das vítimas merecem credibilidade. Todas essas mulheres e um homem, que não se conhecem, relataram de forma detalhada, segura, de forma emocionada. Demonstraram dor em relembrar os fatos. E não há nenhum indicativo de que estão inventando, fantasiando algo sobre um homem que, por elas, era como um homem santo", afirmou a delegada Andrezza Gregório.

Padre Airton Freire, que é fundador da Fundação Terra, foi preso preventivamente no dia 14 de julho em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, durante uma operação que também cumpriu mandados de busca e apreensão. Ele estava numa cela isolada do Presídio Advogado Brito Alves.

No último sábado (22), após passar mal, o religioso foi encaminhado para o Hospital Memorial Arcoverde e, no dia seguinte, para o Hospital Português, no Recife. O estado de saúde não é informado, mas a defesa alega que ele teve um princípio de acidente vascular cerebral (AVC) e que está em tratamento na UTI.

FUNCIONÁRIOS DE PADRE AIRTON ESTÃO FORAGIDOS

O motorista Jailson Leonardo da Silva e Landelino Rodrigues da Costa filho, que realizava filmagens de missas e eventos na Fundação Terra, também tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça, mas ainda não foram encontrados.

Os suspeitos são considerados foragidos, por isso os nomes foram divulgados para que a sociedade ajude com informações sobre o paradeiro deles.

O nome do quarto indiciado - que também é motorista da fundação - não foi revelado pela polícia sob o argumento de que não houve a decretação da prisão preventiva. O homem foi indiciado por crime de falso testemunho.

INFORMAÇÕES DE POSSÍVEIS VÍTIMAS DE OUTROS ESTADOS

Uma força-tarefa formada por cinco delegadas está investigando o religioso. A polícia confirmou que há informações de outras possíveis vítimas, inclusive de outros estados.

"A gente precisa ainda apurar, realizar oitivas, para poder definir qual o tipo penal que vai se enquadrar o caso dela. (Avaliar) se está prescrito, se não está prescrito, para, realmente, instaurar o procedimento", disse a gestora do Departamento de Polícia da Mulher (DPMul), Fabiana Leandro.

"Havia caravanas de outros estados para Pernambuco (para visitarem a fundação). Por isso, podem ter vítimas de qualquer lugar do País", completou a delegada Morgana Alves.

Por isso, a polícia divulgou um número exclusivo para que as possíveis vítimas ou testemunhas possam entrar em contato e passar informações. O número do Disque-Denúncia do DPMul é o (81) 9.9488.7082.

Fabiana destacou que as vítimas de outros estados podem ir em qualquer delegacia do País e que os policiais vão repassar os casos à Polícia Civil de Pernambuco.

As investigações concluídas e em andamento também estão em análise de outra força-tarefa, formada por promotores designados pela Procuradoria-Geral de Justiça. 

Fonte - Ronda JC

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