O major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que foi preso após agredir e cuspir na esposa recém-operada, teve seu porte de arma suspenso, mas recebeu o direito a liberdade provisória. Eduardo Ferreira Coelho, de 42 anos, cometeu o crime no último sábado (18) e acabou sendo preso em flagrante.
Além da agressão contra a esposa, o homem ainda foi acusado de injúria. O crime acontecia onde o casal morava, em Ceilândia. O suspeito passou por audiência de custódia e foi liberado pela Justiça sem mesmo precisar pagar fiança.
Segundo o Metrópoles, na sentença, a juíza Acácia Regina Soares de Sá considerou que o caso não tem "exacerbada gravidade", impondo apenas medidas protetivas contra o agressor.
A determinação proíbe o major de entrar em contato, por qualquer meio de comunicação, com a vítima, os parentes dela e testemunhas, bem como de se aproximar deles, em um raio mínimo de 300m. Ele também teve de deixar imediatamente o imóvel onde morava com a esposa.
Eduardo foi preso em flagrante por equipes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam). O homem tinha começado a discutir com a esposa porque ela teria enviado mensagem ao ex-marido, pai do primeiro filho dela, de 9 anos, para agradecer por um celular que ele teria dado à criança.
Eduardo discutiu com a vítima, xingou a companheira e a agrediu fisicamente. A esposa estava em fase de recuperação de uma cirurgia na coluna. Ele chegou a se sentar sobre o quadril dela e a espancou, além de cuspir no rosto dela. A vítima gritou por socorro, mas Eduardo começou a pular sobre a coluna dela, "provocando muito mais dor", segundo depoimentos.
O ataque foi presenciado pela filha do casal, de 2 anos. Enquanto a criança tentava entender o que acontecia, o PM teria dito à vítima que a esposa "havia feito algo muito feio" e que "mulher que faz coisa feia merece apanhar". Ao mesmo tempo em que falava com a bebê, o major continuava as agressões contra a companheira.
Em dado momento, o policial teria ameaçado matar a companheira, bem como o filho e o ex-marido dela. Eduardo também teria tentado quebrar os dedos da mão da vítima. Por causa da dor, ela gritou desesperadamente, mas, para conter o barulho, Eduardo a sufocou, com um travesseiro pressionado contra o rosto dela.
Para cessar as agressões, a vítima pedia "perdão e dizia que não denunciaria" o major. Nesse momento, o militar pegou o celular da esposa e a obrigou a mandar uma mensagem ao ex-companheiro, chamando-o de "corno" e dizendo que o presente, o celular dado à criança, na verdade, teria "sido pago por Eduardo", pois o PM "pagava todas as despesas do menino".
Após o envio do texto, o policial "parou de bater na esposa, tomou o celular dela e foi ao banheiro". Nesse momento, a vítima pegou a filha, entrou em um carro e dirigiu até a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
A vítima relatou o que teria acontecido, fez exame de corpo de delito e pediu que o ex-marido encaminhasse às autoridades as mensagens enviadas do aparelho dela para o dele.
Após a denúncia, Eduardo foi preso e levado à delegacia, onde negou as agressões e disse que a vítima "se agrediu". O policial militar também contou que, na casa onde mora o casal, há câmeras de segurança, mas elas "não estavam gravando no momento" em que a violência ocorreu.
Ainda conforme o Metrópoles, essa não foi a primeira vez em que o militar agrediu a vítima. Em outra ocasião, o major teria empurrado a esposa de um carro em movimento e apontado uma arma para a cabeça dela.
Em abril de 2022, a vítima registrou o primeiro boletim de ocorrência contra o policial. No entanto, por ser impedida por ele de trabalhar, ela começou a depender financeiramente do PM. O fato de não conseguir sustentar a si e aos filhos a impediu de fugir do ciclo de violência.
O suspeito "obrigava a esposa a entregar a ele o dinheiro da pensão do primogênito dela", segundo o boletim de ocorrência, e ameaçava deixar de "ajudá-la caso ela o denunciasse".
Certa vez, Eduardo agrediu o enteado e, na ocasião, o pai da criança registrou ocorrência contra o militar. Depois disso, a esposa do militar teria rompido a relação e ido morar com a mãe. Contudo, o major a procurava com frequência, e o casal reatou o relacionamento.
À época, o militar teria obrigado a esposa a gravar um vídeo para dizer que as acusações feitas por ela eram falsas, pedir a revogação de medidas protetivas em favor dela e solicitar o arquivamento do processo que corria contra ele na Justiça.
Comentários
Postar um comentário
Regras básicas para Publicação de Comentário
Não será aceita as seguintes linguagens: Que
Sejam obscenos ou de linguagem erótica e grosseira,Violem direitos
autorais, Propagandas a si próprio ou a terceiros, Demonstrem
racismo violência ódio ou promovam qualquer tipo
de preconceito contra segundos e terceiros, Estimulem a violência
e ataque ao próximo, Spam, Links,
e Nicks Sociais maliciosos ou não,Sejam
falsos ou infundados ou até de má intenção, Que
não sejam pertinentes ao assunto da matéria,Criticas
sugestões, ou contato não serão postados aqui apenas em nosso
formulário de contato, Fique bem claro que os comentários aqui
postados, são de inteira responsabilidade
de seus autores, publicadores e divulgadores.