Nas últimas semanas, o empresário e apresentador, de 67 anos, Roberto Justus surpreendeu ao divulgar o diagnóstico precoce de câncer na bexiga após um check-up anual. A revelação acendeu um alerta sobre a neoplasia, que é responsável pelo diagnóstico de cerca de 10 mil pacientes anualmente no Brasil, sendo 70% do sexo masculino, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A idade, alimentos com conservantes e o tabagismo desempenham um papel importante no aparecimento e formação dos tumores no órgão.
“O sintoma mais comum do câncer de bexiga, sem dúvidas, é a hematúria (sangramento na urina). Apesar de também estar presente em outras doenças, ele merece um alerta e um olhar especial para a doença na bexiga. Outros sintomas miccionais podem estar associados, como o aumento da frequência urinária e ardência”, explica o urologista da Sociedade Brasileira de Urologia e do Hospital Jayme da Fonte, Benhur Lima. Fadiga, perda de peso, dor abdominal e dor óssea também podem se manifestar em estágios mais avançados da doença.
O câncer de bexiga não é uma doença rara e pode ser agressiva, por isso, é importante que o paciente não oculte os sintomas e faça check-ups anualmente para garantir o diagnóstico precoce. Sexo masculino e idade avançada são os grupos com a maior probabilidade de desenvolver esse tipo de neoplasia. O tabagismo, responsável por 50% a 70% dos casos da doença, exposição a toxinas ambientais e alimentos enlatados e com conservante também estão ligados ao desenvolvimento dos tumores. A identificação deve ser feita através de exames laboratoriais de sangue e urina, e exames de imagem (ultrassonografia do abdome, por exemplo).
Com qualquer lesão na bexiga identificada, o tratamento cirúrgico é necessário. A Cirurgia Endoscópica (por vídeo) é o plano ideal para a ressecção da lesão. Após ressecada, o material biológico é enviado para a análise laboratorial que definirá: o tipo de lesão (maligna ou benigna) e o estágio da doença (profundidade da lesão na parede da bexiga). Os tipos histológicos mais comuns do câncer de bexiga são: o Carcinoma Urotelial, o mais comum no Brasil, com cerca de 90% dos casos; o Adenocarcinoma e o Carcinoma Espinocelular.
A histologia, o estágio da doença, e as características clínicas de cada paciente, definem o plano de tratamento. Em tumores superficiais, a intervenção pode ser feita através da cirurgia RTU seguida de sessões de instilação de medicamentos na bexiga do paciente. Segundo o urologista, o tratamento apresenta excelente taxa de cura, chegando a 90%. No entanto, em tumores mais profundos e avançados, tratamentos mais complexos são necessários. A remoção completa da bexiga pode ser recomendada. A Cistectomia Radical tem interferência profunda na vida sexual pós-operatória, nos hábitos miccionais e impacto significativo na qualidade de vida. Para substituição da bexiga, é possível confeccionar uma neobexiga (nova bexiga) a partir do intestino, ou criar derivações urinárias com drenagem da urina.
“Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, menor será o impacto na qualidade de vida e maior possibilidade de cura”, finaliza Benhur Lima. Para uma identificação correta e melhor forma de tratamento do câncer de bexiga, os pacientes devem procurar centros médicos de referência em atendimento de urologia, como o Hospital Jayme da Fonte, que possui médicos especializados da área. O atendimento também é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte - DP
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