O conselho de análise do Exame Nacional do Ensino Médio, criado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para inspecionar questões do Enem aconselhou que uma enunciado de Linguagens, Códigos e suas tecnologias substituísse o termo ‘ditadura’ por ‘regime militar’.
O caso ocorreu na prova de 2019, mas só foi revelado no último dia 5 de Fevereiro, com o envio de pareceres da comissão pelo Ministério da Educação à Câmara dos Deputados.
Um dos documentos, divulgado pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (11), não mostra a íntegra das questões barradas, apenas os motivos pelos quais foram desaconselhadas pelo grupo. No total, o Conselho “desaconselhou” o uso de 66 questões na prova.
Os inspetores receberam um carimbo com “sim ou não” para marcar itens aprovados ou barrados. O número de itens analisados foi mantido em sigilo.
Os motivos de reprovação foram detalhados somente agora, um ano depois, em resposta a um requerimento de informação feito pelos deputados Felipe Rigoni (PSB-ES), Tabata Amaral (PDT-SP), Professor Israel (PV-DF), Eduardo Bismarck (PDT-CE), Luisa Canziani (PTB-PR), Aliel Machado (PSB-PR), Tiago Mitraud (NOVO-MG), e o ex-deputado João Campos (PSB-PE).
Censura ideológica
Além de pedir para substituir o que foi a ditadura no Brasil, a comissão afirmou que uma das questões “fere sentimento religioso e ofensiva à força policial baiana”.
Já um item teve seu texto considerado descontextualizado historicamente e com “distorção do papel da mulher”. Outras foram apontadas pelo grupo como responsáveis por gerar “polêmicas desnecessárias”.
Na área de matemática e suas tecnologias, em que quatro exercícios foram citados, um dos itens “proibidos” foi apontado como responsável por gerar “polêmica desnecessária em relação à ideia de casal”.
A comissão considerou ainda que outra questão da área gerava “polêmica desnecessária a favor da não redução da maioridade penal”.
Promessa de campanha
A mudança nas questões do Enem foi uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. A Comissão de verificação dos itens do exame foi criada em março de 2019, durante a gestão do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez.
Na época, nota técnica do Inep destacava que o objetivo do grupo, que tinha caráter “consultivo” e era composto de três pessoas, seria “identificar abordagens controversas com teor ofensivo a segmentos e grupos sociais, símbolos, tradições e costumes nacionais”.
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