O presidente Donald Trump reiterou, sem fornecer evidências, que houve fraude nas eleições americanas, nas quais se considera o vencedor, enquanto os resultados nos estados-chave apontam que seu rival Joe Biden se aproxima da vitória na manhã desta sexta-feira (6).
Biden parece fortalecido pela contagem de votos no estado da Geórgia, crucial na batalha pela presidência e onde o candidato democrata agora supera Trump por alguns votos, de acordo com várias redes de televisão dos EUA.
“Se contarem os votos legais, ganho facilmente. Se contarem os votos ilegais, podem tentar nos roubar a eleição”, disse o presidente republicano em uma entrevista coletiva na Casa Branca na quinta-feira, dois dias após a votação.
Trump repetiu essas afirmações em um tuíte na manhã desta sexta-feira. Três dias depois de uma eleição tensa, na qual a pandemia de covid-19 deu impulso à votação pelo correio, o fim da apuração dos votos em estados altamente disputados pode determinar quem obterá o número mágico de 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para ganhar.
Em sua terceira corrida à presidência, Biden se mostrou confiante em sua vitória ao lado de sua companheira de chapa, Kamala Harris, insistindo na quinta-feira em que os eleitores sejam pacientes e que o resultado será conhecido “muito em breve”.
“Continuamos nos sentindo muito bem sobre onde as coisas estão. Não temos dúvidas de que, quando a contagem acabar, a senadora Harris e eu seremos os vencedores”, declarou o ex-vice-presidente de Barack Obama de seu feudo em Wilmington, Delaware.
Biden, 77, somava pelo menos 253 votos eleitorais, de acordo com as projeções da mídia dos EUA, e 264 se o Arizona for incluído, onde a Fox News e a agência AP projetaram sua vitória.
Trump, de 74 anos, tinha 214 e, embora sua reeleição ainda seja possível, suas chances diminuem à medida que a contagem avança.
O presidente se declarou vencedor das eleições desde a manhã de quarta-feira e, desde então, reiterou suas denúncias de fraude, sem apresentar provas, com foco principalmente no voto por correspondência.
Sua campanha deu início a várias ações judiciais para contestar os resultados e pediu uma recontagem em Wisconsin, onde Biden venceu por apenas 20.000 votos.
“Não podemos permitir que ninguém amordace nossos eleitores e invente os resultados”, disse ele em uma declaração que as redes de televisão, como a MSNBC, pararam de transmitir, explicando que as alegações eram falsas.
“Tenho a sensação de que os juízes terão que decidir no final”, alertou o presidente.
Na Geórgia, tradicional reduto republicano, Biden tem até agora 917 votos a mais do que o atual presidente, segundo CNN, Fox News e The New York Times. Se Trump perder a Geórgia, não poderá mais obter a maioria dos votos do Colégio Eleitoral.
No Arizona e em Nevada, Biden está se mantendo à frente por pequenas margens. Se o candidato democrata vencer dois desses três estados, será o próximo presidente.
No entanto, o “jackpot” é a Pensilvânia. Neste estado governado por democratas, Trump continua a liderar, embora sua liderança tenha diminuído para cerca de 18.000 votos, e as cédulas restantes a serem contadas sejam estimadas em sua maioria para Biden.
Se o democrata vencer a Pensilvânia, obteria imediatamente os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral. Além desses três estados, um vencedor unânime ainda não foi declarado no Arizona (11), Carolina do Norte (15) e Alasca (3).
As autoridades eleitorais disseram que a contagem pode terminar nesta sexta-feira no Arizona, enquanto as cédulas pelo correio na Carolina do Norte podem ser contadas até 12 de novembro.
A tática de Trump tem sido por meses deslegitimar a votação por correspondência, que é estimada em mais de 63 milhões e uma porcentagem mais alta para Biden.
Apoiadores de Trump têm protestado em frente aos centros de apuração para que a contagem continue em estados como o Arizona, onde o presidente ganhou terreno, mas pare em outros como Michigan, onde o triunfo de Biden já foi projetado. Bob Bauer, advogado da equipe de Biden, rejeitou essas impugnações.
“Tudo isso visa a criar a uma grande nuvem”, disse Bauer. “Mas não é uma nuvem muito densa. Nós vemos através dela. Assim como os tribunais e as autoridades eleitorais”, acrescentou.
Os Estados Unidos não vivenciam essa incerteza eleitoral desde 2000, quando a Suprema Corte acabou julgando a favor do republicano George W. Bush na disputa com o democrata Al Gore.
Fonte - Folha/PE
Comentários
Postar um comentário
Regras básicas para Publicação de Comentário
Não será aceita as seguintes linguagens: Que
Sejam obscenos ou de linguagem erótica e grosseira,Violem direitos
autorais, Propagandas a si próprio ou a terceiros, Demonstrem
racismo violência ódio ou promovam qualquer tipo
de preconceito contra segundos e terceiros, Estimulem a violência
e ataque ao próximo, Spam, Links,
e Nicks Sociais maliciosos ou não,Sejam
falsos ou infundados ou até de má intenção, Que
não sejam pertinentes ao assunto da matéria,Criticas
sugestões, ou contato não serão postados aqui apenas em nosso
formulário de contato, Fique bem claro que os comentários aqui
postados, são de inteira responsabilidade
de seus autores, publicadores e divulgadores.