O papa Francisco lançou nesta quarta-feira (12) a Exortação pós-sinodal “Querida Amazônia”, resultado do Sínodo dos Bispos ocorrido em outubro do ano passado. Dividida em vários pontos, o sumo pontífice da Igreja Católica enumera questões sociais, culturais, ecológicas e eclesiais.
Contrariando o que foi muitas vezes noticiado como fruto do reunião, o documento não libera a ordenação de padres casados, de mulheres nem a utilização de leigos para celebração de missas e atendimento de confissões.
Francisco inicia com uma apresentação geral do documento e enumera ‘sonhos’ para a região. “Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida”.
Sobre a atuação clerical da Igreja na região, muito se falava sobre algumas sugestões para suprir lacunas do trabalho apostólico, como o fim do celibato de padres e a introdução de pessoas leigas para administrar sacramentos. Porém no documento, o Papa propõe a mesma solução que a Igreja sempre aderiu, ou seja, que apenas homens celibatários possam ser admitidos.
“Esta premente necessidade leva-me a exortar todos os bispos, especialmente os da América Latina, a promover a oração pelas vocações sacerdotais e também a ser mais generosos, levando aqueles que demonstram vocação missionária a optarem pela Amazônia”, falou ele sobre o assunto. “O sacerdote é sinal desta Cabeça que derrama a graça, antes de tudo, quando celebra a Eucaristia, fonte e cume de toda a vida cristã. Por isso, apenas ele pode dizer: «Isto é o meu corpo». Há outras palavras que só ele pode pronunciar: Eu te absolvo dos teus pecados”, diz outro trecho da exortação.
Os leigos, por sua vez, indica Francisco, “poderão anunciar a Palavra, ensinar, organizar as suas comunidades, celebrar alguns Sacramentos, buscar várias expressões para a piedade popular e desenvolver os múltiplos dons que o Espírito derrama neles”.
Sobre as mulheres, o pontífice já havia citado no Sínodo em outubro que elas não deveriam ser vistas a partir do que podem ou não fazer, e sim da sua importância na Igreja. “Este reducionismo levar-nos-ia a pensar que só se daria às mulheres um status e uma participação maior na Igreja se lhes fosse concedido acesso à Ordem sacra.”
O papa também aproveitou para falar sobre outros pontos, como a necessidade de uma ecologia “humana” que leve a uma ecologia “social”, além de denunciar explorações e erros cometidos no passado e no presente. Reforçando também a principal missão da Igreja no local, que é anunciar Jesus Cristo.
Fonte - DP
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