O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse nesta quinta-feira (8) que a liberação de R$ 500 do saldo de cada conta do FGTS neste ano foi “bônus” dado ao trabalhador, mas que o saque-aniversário dos recursos – que será liberado a partir de 2020 – vai aumentar a produtividade do brasileiro.
Quem optar pelo saque-aniversário não poderá mais sacar a totalidade dos recursos do fundo em caso em caso de demissão sem justa causa. “Isso é um incentivo muito grande para o trabalhador continuar na empresa”, afirmou.
Segundo o secretário, “pesquisas mostravam que os arranjos no mercado de trabalho estavam gerando grande rotatividade e fazendo com que o trabalhador perdesse parte da experiência dentro da empresa”.
O secretário disse que o saque-aniversário corrige uma distorção na alocação de recursos do país. Segundo ele, havia um “excesso” de R$ 40 bilhões no FGTS enquanto trabalhadores com dívidas pequenas pagavam juros sem poder ter acesso esse dinheiro. “Estamos devolvendo o dinheiro ao trabalhador”, afirmou.
Em resposta aos que defendiam que os recursos do fundo fossem destinados a um sistema de capitalização para a aposentadoria, em vez de sacados a cada ano, Sachsida afirmou: “Nosso governo é liberal, estamos ampliando o direito de escolha do trabalhador”. E completou: “Acho que quem melhor sabe o que fazer com seu dinheiro é o trabalhador”.
‘Quinhentão’
Sachsida falou em evento realizado pelo banco BTG Pactual, em São Paulo. Durante o painel, o moderador se confundiu e disse que o saque autorizado este ano seria de R$ 5 mil. O secretário corrigiu. “É ‘quinhentão’. Eu gostaria que fosse R$ 5 mil, mas não teve jeito, não”.
“Essa medida vai ter um impacto muito mais forte do que muitos estão prevendo. Claro que é uma medida de curto prazo, mas é uma medida de curto prazo importante”, afirmou.
De acordo com ele, um recorte por estado permite dimensionar o impacto da liberação desses recursos. Em São Paulo, serão R$ 15,5 bilhões para 28 milhões de trabalhadores, 62% da população do estado, disse.
O secretário disse ainda que a possibilidade de dar o FGTS como garantia em empréstimos vai “revolucionar” o mercado de crédito e que a Caixa já está elaborando produtos nessa modalidade.
“É uma chance de levar crédito barato para toda a população”, afirmou. “Vamos replicar para o consignado privado o sucesso do consignado público. Potencial desse mercado: R$ 100 bilhões em 3 ou 4 anos”.
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