Qual meio de pagamento você mais usa quando vai fazer uma compra? Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a maior parte dos brasileiros vai responder a essa pergunta mostrando o plástico. É que o valor movimentado pelos cartões superou, pela primeira vez na história, o total de saques realizados no País em 2017. Com isso, os meios eletrônicos de pagamento passaram a representar 32% do consumo das famílias brasileiras e o Banco Central (BC) reforçou os pedidos de transparência no setor. A autoridade monetária estuda até a possibilidade de mudar o formato das faturas dos cartões de crédito, para que o consumidor veja com mais clareza o que paga no fim do mês.
De acordo com balanço divulgado pela Abecs no 12º Congresso dos Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP), ontem, o setor cresceu 12,6% em 2017, movimentando R$ 1,36 trilhão. Foram transacionados R$ 842,6 bilhões no crédito, R$ 508 bilhões no débito e R$ 6,6 bilhões no pré-pago. E o crescimento foi forte em todas as regiões. No Nordeste, por exemplo, foi de 12,5%, marcando R$ 178,8 bilhões – valor que só perde para as transações do Sul e Sudeste. “Crescemos 12,6%, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1%, porque conquistamos novos usuários e porque quem já era cliente passou a usar mais o cartão”, explicou o presidente da Abecs, Fernando Chacon, contando que 55% dos consumidores usam o cartão pelo menos uma vez na semana.
Enquanto isso, os saques em dinheiro somaram R$ 1,31 trilhão e os cheques compensados totalizaram R$ 751 bilhões. “Foi a primeira vez que os cartões atingiram um valor superior ao sacado em dinheiro e que é quase o dobro dos cheques compensados. O cartão tornou-se, portanto, o meio de pagamento preferido dos brasileiros, assumindo um protagonismo muito grande no consumo das famílias”, revelou Chacon, dizendo que a indústria ainda quer crescer mais, alcançando 60% do consumo das famílias nos próximos cinco anos.
Esse crescimento, no entanto, vai exigir mais transparência da indústria. Prova disso é que o Banco Central já tem cobrado medidas de redução dos juros e agora quer as faturas dos cartões de crédito também sejam mais claras. “Precisamos que o consumidor tome consciência da sua vida financeira e isso passa por uma simplificação das faturas. Afinal, as faturas hoje são muito complexas, têm muitos números”, anunciou o diretor de relacionamento institucional e cidadania do BC, Isaac Ferreira. Ele ainda disse que, como hoje não há uma regulamentação para este tipo de conta, o BC está em “tratativas com a Abecs para simplificar as faturas que os consumidores recebem”.
Criar um padrão único para esta conta, no entanto, parece difícil para a Abecs. “Cada banco tem o seu sistema e cada cliente tem um perfil de consumo diferente. Então, não acreditamos em uma padronização”, ponderou Chacon. A Abecs ainda lembrou que cerca de 80% das informações que aparecem na fatura são exigidas por lei, como o valor total, o mínimo e o possível parcelamento do débito, o que limita o espaço disponível para modificação. Mesmo assim, a associação garantiu que é possível deixar a conta mais clara e prevê mudanças no sistema ainda neste ano. “Estamos conversando com os órgãos de defesa do consumidor. Vamos melhorar a qualidade da informação que é oferecida ao usuário”, prometeu Chacon, sem, no entanto, revelar o que deve ser alterado nas faturas.
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