Sem recursos, Uerj pode fechar as portas antes de iniciar o semestre

                              


A situação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) no início de 2017 ilustra o cenário da crise no Estado. Demissões de funcionários, greves, servidores trabalhando sem salário e a paralisação do semestre viraram notícias esperadas. Segundo a reitoria, se o repasse não for efetuado, a universidade pode fechar antes do início do primeiro semestre de 2017.
Em um ofício publicado na página da instituição e endereçado ao governador Luiz Fernando Pezão, a gestão da universidade afirma que, caso isso não aconteça, “as atividades ficarão impossibilitadas nas diversas unidades”, incluindo o Hospital Pedro Ernesto (HUPE) e a Policlínica Piquet Carneiro (PPC) – ambos responsáveis por atender milhares de consultas, internações e cirurgias. No documento, assinado pela reitora em exercício Maria Georgina Muniz Washington, a instituição reivindica os pagamentos de novembro, dezembro e o décimo terceiro dos funcionários, além do repasse de bolsas e auxílios para pesquisas.
O reitor Ruy Garcia Marques, que se recupera de complicações de uma cirurgia cardíaca, publicou uma carta nessa terça-feira (10) afirmando que o desprezo do governo ao ensino superior força o fechamento da universidade. Ele afirmou que a Uerj está sendo sucateada e que há uma absoluta falta de visão estratégica por parte dos governantes do estado. “Desde 2015, nós vimos diminuir a destinação de recursos para a manutenção da Uerj, eu assumi a reitoria no início de 2016 e a manutenção ficou muitíssimo aquém do necessário. Por manutenção, eu estou falando de limpeza, de vigilância, de ascensorista, motoristas, serviços que são contratados com licitação pública e pelos quais nós temos que pagar”.
Os estudantes também vêm sofrendo com a falta de estrutura nos cursos e com as recorrentes greves. Na página do Facebook Uerj Resiste, alunos  compartilham apelos ao governo para que a universidade não feche as portas. “Estudamos sem água, sem internet, luz prestes a ser cortada”, escreve a aluna Isabelle Miranda. “Diante disso tudo, nossa vida está inerte; os alunos estão vivendo instabilidades gigantescas, uma vez que períodos estão mais corridos e reduzidos, para que possam dar conta de conteúdos que precisam de tempo para serem dados”, declara.
Fonte: Agência Brasil

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