Sessenta e seis por cento dos reservatórios de Pernambuco estão em situação de colapso. Já são 14 cidades em situação de emergência, tendo o caminhão-pipa como a única fonte de abastecimento. De acordo com a Compesa, a atual frota de veículos para esta finalidade deve saltar, até dezembro deste ano, de 250 para 400. A ampliação também se refletirá nos gastos com o serviço, passando de R$ 1,7 milhão para cerca de R$ 3 milhões. A companhia alega dificuldades com verbas estaduais e federais para dar andamentos a obras de grande complexidade, a exemplo das adutoras do Moxotó e Pirangi, dentro do pacote da Adutora do Agreste. Apenas no primeiro semestre deste ano, as chuvas previstas para o Agreste ficaram cerca de 40% abaixo da média.
“Terminamos a quadra chuvosa de julho e não temos qualquer expectativa de chuva com intensidade para este ano. Por mais que os meteorologistas apontem uma luz no fim do túnel, com o fenômeno El Niño, não temos muitos recursos ao nosso alcance”, admitiu o diretor regional, Marconi Azevedo. Segundo ele, além do aumento do abastecimento alternativo, foi também reforçado o tratamento químico das cidades que extraem de reservatórios deficitários. É promessa para melhorar a condição da água de baixa qualidade, como apontam os moradores. Conforme o Estado, obras de adutoras e barragens, como a de Serro Azul, em Palmares, na Mata Sul, devem aliviar a realidade. Mas só em 2017.
Faltam campanhas educativas
O consumo consciente da água se mostra como a única alternativa para salvar a população do colapso. Mesmo com o líquido desaparecendo dos reservatórios, não se enxergam ações para frear a poluição, assim como a extração desregrada e o consumo exagerado. Em Pernambuco, faltam campanhas educativas de massa focadas no assunto. E o problema que é grave parece não existir. De acordo com a ONU, até 2050, mais de 45% das pessoas não terão mais acesso à água potável.
O secretário de Recursos Hídricos, José Almir Cirilo, acredita que a população tem melhorado nesse quesito, mas admite que, no Interior, o assunto é mais absorvido que no meio urbano. “Temos uma rede de comunicação para uso e manejo da água, que envolve grupos e associações. As decisões são tratadas de forma coletiva, ensinando as pessoas que a água bem usada servirá para todos.”
Para o especialista em semiárido e pesquisador da Fundaj, João Suassuna, houve um grave problema de ingerência ao longo de décadas. “Os reservatórios tiveram sua finalidade alterada, sem a devida preocupação com o futuro. Temos o exemplo de Jucazinho, que foi construído para resolver o fantasma das enchentes, mas foi transformado em salvação para inúmeros municípios até a sua ultima gota. Nesse intervalo, nada foi feito para resolver a carência da população”, disparou.
Conforme Suassuna, o Estado caminha para atingir o colapso em todos os reservatórios, caso não ocorram maiores investimentos.
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