Após se reunirem por cerca de
uma hora na noite de ontem, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff
e o vice Michel Temer afirmaram, ela em nota e ele, em entrevista, que
manterão, de agora em diante, relação “institucional.
O encontro da noite desta quarta foi o primeiro após Temer enviar
a Dilma carta na qual abordou suposta desconfiança dela em relação a ele e ao
PMDB.
Na mensagem, o peemedebista
elencou 11 razões para acreditar que a presidente não confia nele. O vazamento
do conteúdo gerou mal-estar e houve repercussão política.
“Combinamos, e eu a presidenta, que teremos uma relação pessoal
institucional e a mais fértil possível”, limitou-se a declarar o
vice-presidente.
“Na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos
que teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto
institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do país”,
declarou Dilma, em nota.
Ao Jornal Nacional, assessores
de Temer afirmaram que, no encontro, o peemedebista e a presidente Dilma
decidiram que o tema do impeachment não será mais abordado em conversas entre
os dois. Além disso, o vice-presidente não fará declaração pública de apoio ao
governo, assim como não vai trabalhar a favor da destituição dela.
Ao longo dos últimos dois dias, houve muita discussão no meio
político sobre a carta. A oposição, por exemplo, apontou “rompimento” entre
Dilma e Temer.
Já o presidente do Congresso
Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por outro lado, disse que a mensagem
tinha cunho “pessoal de desabafo”. Enquanto isso, o vice-líder do governo na
Câmara, deputado Silvio Costa (PE), disse que a carta foi “inoportuna” e a
classificou como “desserviço ao Brasil”.
O conteúdo: Em um dos trechos do documento, Temer disse à
presidente que sempre teve ciência da “absoluta desconfiança” dela e de seu
entorno em relação a ele e ao PMDB, partido do qual ele é presidente nacional.
“Desconfiança incompatível com
o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo”,
escreveu.
“Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não
terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção”, disse o vice à presidente,
em outro trecho da mensagem.
Rompimento: Nesta quarta, após
participar de evento no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria de
Governo, Ricardo Berzoini, responsável pela articulação política do Planalto,
comentou a carta de Temer a Dilma e afirmou que “não existe razão para se
apostar em rompimento” entre a presidente e o vice em função da carta.
Conforme o Blog do Camarotti, contudo, o clima entre os
interlocutores da presidente Dilma com a carta era de “grande indignação” e
“contrariedade”. Ainda segundo o blog, a mensagem do vice foi tida como um
sinal de rompimento entre os dois.
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