O ano é 2015. Na sala azul
com chão de cerâmica cinza e vários quadros de avisos na parede, pisca uma luz
com os dizeres: “Só por hoje, evite o primeiro gole”. Uma elegante senhora
loira chama os novatos a se apresentarem. Os relatos que se seguem são
histórias dramáticas que mostram a trajetória de pessoas que perderam tudo –
emprego, dinheiro, família e dignidade – para a dependência do álcool. Afora os
coordenadores, há 26 pessoas na sala, cinco são mulheres.
Meio século atrás, em 1965,
nas bancas de jornal a revista O Cruzeiro chamava a atenção dos leitores para
uma reportagem sobre causas e efeitos do alcoolismo, considerado, à época, “o
mais corrosivo veneno ‘atual’ do corpo e da alma e “o maior problema enfrentado
pela psiquiatria” na medicina.
De lá pra cá, o que mudou?
Embora não haja números que possibilitem a comparação do consumo de álcool no
país no período, em 1965 a doença não atingia “índices alarmantes de outros
países”, mas crescia de forma preocupante no Brasil. Hoje, a situação é outra e
o país passou a consumir mais álcool que a média mundial. É o que mostra o
último Relatório Global sobre Álcool e Saúde, da Organização Mundial de Saúde
(OMS), publicado em maio de 2014.
Segundo o estudo, estima-se
que no mundo indivíduos com 15 anos ou mais consumiram cerca de 6,2 litros de
álcool puro em 2010, o equivalente a 13,5g por dia. No Brasil, porém, o consumo
total estimado equivale a 8,7 litros por pessoa, 40% maior do que a média
mundial. A OMS diz ainda que, em 2003, o consumo no Brasil era bem maior – 9,8
litros por pessoa.
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