Banco do Brasil volta a vender dólares após comercializar cédulas falsas

As agências do Banco do Brasil (BB) em Pernambuco voltam hoje a vender moeda estrangeira. Por determinação do Procon-PE, a instituição estava proibida de fazer esse tipo de negociação após a venda de cédulas falsas. Amanda Silva, 24 anos, e o pai dela, João Neto da Silva, 57, foram retidos nos Estados Unidos depois de tentar depositar dólares falsos comprados na agência do BB da Rio Branco. O BB entrou com recurso administrativo junto ao Procon e o pedido foi aceito.

Em reunião na tarde de ontem, o banco apresentou cópias dos documentos encaminhados às autoridades norte-americanas e brasileiras isentando Amanda e a família de responsabilidade civil e criminal. Representantes do BB também firmaram o compromisso de prestar assessoria jurídica e material aos clientes lesados com a venda de dólares falsos. 
O acordo prevê que a instituição procure os demais consumidores projudicados e o BB divulgue nota na imprensa. “Foi demonstrado que não há risco de haver novos danos aos consumidores”, explicou o secretário executivo de Justiça e Promoção de Diretos do Consumidor, Eduardo Figueiredo.
A recomendação do Procon é de que consumidores que compraram moeda estrangeira na Rio Branco nas últimas três semanas verifiquem o registro e, em caso de problemas, procurem a instituição. 
Apesar da liberação, o processo administrativo e a medida cautelar contra o banco continuam em vigor. Uma audiência está marcada para o dia 14, às 10h, para que o BB apresente defesa por escrito.
Em nota, o banco esclareceu que origem do problema foi a aquisição de US$ 24 mil, de terceiros, em setembro de 2014. A instituição disse, ainda, que contratou advogados nos EUA para auxiliar no caso de Amanda e do pai.

Fiscalização 

Ontem o Procon fez fiscalização em quatro agências - Rio Branco, JCPM, Ilha do Leite e Aeroporto - para verificar se a instituição seguia determinação de fechar as negociações com dólar. Todas acataram. A multa diária prevista para o caso de desobediência era de R$ 500 mil. Também ontem a Polícia Federal (PF) recebeu a queixa do terceiro cliente supostamente lesado.
O administrador de empresas Marco Antônio Freire de Lyra contou ter viajado em 20 de junho com família para a Argentina após comprar dólar na agência Rio Branco. No dia seguinte, ao tentar fazer compras foi avisado por um comerciante de que as notas eram falsas. “Achei que comerciante queria me lesar e chamei a polícia, que confirmou a informação. O constrangimento que passei com minha família é irreparável. Temo voltar para a Argentina porque meu nome e passaporte foram anotados”, lamentou.
A Delegacia de Polícia Fazendária da PF abriu inquérito. As notas falsas passarão por perícia e somente após o resultado os depoimentos das vítimas serão ouvidos. As pessoas que se sentirem lesadas podem procurar a PF, o Procon e o BB para garantir seus direitos.

Fonte: DP

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