A receita para o caos no trânsito em metrópoles é bem conhecida e reúne os seguintes ingredientes: sexta-feira, fim de tarde e chuva forte. O “prato”, sempre indigesto, é mensurado em centenas de quilômetros de vias congestionadas. E entre as consequências, há as toneladas de poluentes expelidas pelos escapamentos, o desperdício de combustíveis e prejuízos financeiro e social para a sociedade como um todo. Nesses momentos de crise, a mente ferve com ideias para uma solução imediata. E se fosse possível tirar uma moto do porta-malas?
A Honda pensou nisso e lançou um carro batizado de City (nada a ver com o homônimo vendido atualmente no Brasil). O City de mais de três décadas atrás tinha características urbanas, era um compacto ao estilo do Smart Fortwo, mas com um porta-malas projetado especificamente para abrigar uma pequena moto: a NCZ 50 Motocompo.
Estética? Esqueça! Tanto para o carro como para a moto, os projetistas da empresa miraram principalmente a praticidade. O objetivo era tirar e colocar a moto do compartimento de bagagem do carro sem dificuldades.
Pesando 45 kg em ordem de marcha, a pequena Motocompo tinha um motor ciclo 2 tempos de 50 cc de 2,5 cavalos, potência suficiente para levar um adulto para longe do engarrafamento esgueirando-se por frestas na rua. As dimensões eram ideais para isso: menos de meio metro de largura e pouco mais de um metro de comprimento.
O fato de ter sido comercializada apenas no Japão de 1981 a 1983 (foram vendidas 53 mil unidades) a tornou rara, e hoje ela tem o status de “cult bike”, como preços entre US$ 3 mil e 5 mil no Japão, onde um scooter equivalente custa agora pouco mais de US$ 1 mil.
Geração seguinte
A Motocompo original, hoje tão cobiçada, não teve sucesso comercial. A Honda esperava vender três vezes mais do que o mercado realmente absorveu à época, por isso o modelo ficou no catálogo da marca apenas três anos.
No entanto, no Tokyo Motor Show de 2011, um nome similar apareceu: em vez de Motocompo, Motor Compo (veja abaixo). Com dimensões parecidas, a novidade hi-tech também estava integrada a um carro, elétrico e tipo “conceito”, o Micro Commuter, para três pessoas. Em vez de estar no porta-malas, a Motor Compo de 2011 ocupava a lateral direita do banco do motorista.
E no lugar de uma pequena moto movida por um motor de combustão interna, o lançamento tinha um motor elétrico. Não era um produto destinado à venda imediata, mas sim uma moto-conceito.
Dessa vez, a estética não foi deixada de lado. Apesar de em tudo lembrar a antecessora de trinta anos antes, a Motor Compo não faria feio em um concurso de design.
Dotada de uma bateria removível semelhante a uma pequena maleta (veja abaixo), a energia armazenada neste dispositivo, que poderia ser levado para casa ou escritório para recarga, servia para mover a pequena moto e também para alimentar ar-condicionado, sistema de áudio e outros equipamentos do pequeno carro, que tinha entre 1,86 m de comprimento por 1,25 m de largura.
Não sabemos se veículos como o Micro Commuter ou a Motor Compo serão vendidos. Mas é inegável que a possibilidade de dirigir um automóvel de quatro rodas que traga integrado outro de duas rodas (e ambos sejam compactos e ambientalmente corretos) é um sonho que não abandona a cabeça das pessoas.
O principal objetivo dessas ágeis motos é resolver problemas cada vez mais comuns em metrópoles, onde a circulação de veículos de quatro rodas é restrita e, por vezes, até proibida em áreas centrais. Com a Motor Compo, o acesso a tais áreas poderia ser realizado sem impacto negativo seja em questões ambientais, seja em termos de ocupação do espaço.
São boas ideias para tornar os fins de tarde de sextas-feiras chuvosas menos estressantes para todos no futuro.
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