Conheça a geração “nem-nem” do Brasil: nem trabalha, nem estuda

00Que o nordestino gosta de se embalar em uma boa rede de frente para o sol e bebendo uma água de coco gelada, isso todo mundo sabe. Mas será essa a explicação que procuramos para o Nordeste ter a maior parte de jovens “nem nem” do Brasil? De acordo com dados do IBGE, 23,9% da geração que “nem estuda, nem trabalha” do país está concentrada na região nordestina.
A pesquisa foi feita em cima de uma faixa etária jovem entre 15 e 29 anos. O IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostrou que, no Brasil, 9,6 milhões de pessoas, ou 1 a cada 5 dos jovens brasileiros, não estudam nem trabalham. Ou seja, nossos adolescentes e os quase adultos que deveriam estar cursando o ensino médio, ensino superior ou trabalhando estão, na verdade, em casa, ociosos.
De acordo com o estudo realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicilio) de 2008, mostrou que a quantidade desses jovens era de 3,4 milhões naquela época. Ou seja, de 2008 para 2013, mais de 6 milhões de jovens brasileiros se juntaram a grupo dos “nem-nems”.
Jovens mães
Ainda de acordo com dados do IBGE, 7 a cada 10 dos jovens brasileiros integrantes da geração “nem-nem” são mulheres e 58,4% do total dessas mulheres são mães. Segundo relatório do Unicef, no Norte e Nordeste estão localizados a maior quantidade de mães jovens. Das nordestinas, sendo elas principalmente moradoras das cidades interioranas, alegam que o fato de ter um filho atrapalha na continuação dos estudos e no tempo livre para começar a trabalhar. Deixam para depois, até que, então, outra gravidez chega.
Jovens “acochoados”
Quem não gostaria de tirar umas férias do mundo real? Acordar ao meio-dia, dormir às 3 horas da manhã e saber a festa que irá badalar no final de semana são as preocupações desses jovens que, por terem pais mais “fáceis de lidar” acabam por deixar as preocupações da vida para depois. Alguns abandonam a escola ou faculdade, outros terminam uma dessas etapas e procrastinam as próximas.
Não só isso, tem também aqueles que, por motivos diversos, acabam por possuir um tempo ocioso e optam por usar aquele espaço livre relaxando. A jovem universitária Lais Furtado de 22 anos é um exemplo disso. Residente da cidade de São Paulo, a ludovicense voltou para sua terra natal para aproveitar o carinho dos pais por alguns meses.
“Decidi por concluir os últimos dois anos do meu curso na Suíça, uma opção que a minha faculdade oferece. Eu deveria ter me mudado para lá no começo de Janeiro, porém, por causa de um problema de informação, vou apenas em Julho. Eu poderia passar esses meses ociosos em SP trabalhando, mas decidi voltar para minha cidade, onde eu aproveitaria a companhia da minha família”, disse Lais.
Fonte - DP

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