Crescimento da mama, aparecimento de pelos nas axilas e na região
pubiana, menstruação, mudança do tom de voz são sinais comuns da
puberdade. Os que estão relacionados às meninas aparecem, normalmente,
entre os 8 e os 14 anos; nos meninos, eles despontam entre os 9 e os 15
anos. A transformação natural do corpo humano já é uma fase que requer
acompanhamento. Quando ela ocorre de forma precoce, às vezes aos 5 anos,
os reflexos podem ser físicos, como a interrupção do crescimento, mas
também psicológicos. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP)
identificou um gene relacionado à doença que pode antecipar o
diagnóstico e facilitar o tratamento.
A pesquisadora Ana Claudia Latronico, que atua na área de genética de
doenças endócrinas, percebeu, ao longo dos mais de 20 anos de carreira,
que era recorrente a presença de histórico familiar entre os casos de
puberdade precoce. “Observamos a ocorrência de familiares afetados e até
então não havia nenhum tipo de estudo”, disse. O que se sabia, a partir
de um estudo israelense desenvolvido em 2004, é que a hereditariedade
da puberdade precoce estava presente em aproximadamente 27% dos casos,
informou a endocrinologista.
Foram selecionadas 15 famílias, reunindo 40 pessoas. A doença causa o
desenvolvimento acelerado do corpo pelo aumento prematuro na produção do
hormônio que libera as gonadotrofinas: o GnRH, que comanda o
amadurecimento sexual do organismo. A partir do sequenciamento genético
desses pacientes, Ana Claudia identificou uma nova causa para o início
antecipado da puberdade: uma falha no gene MKRN3. Os resultados foram
publicados na revista científica americana New England Journal of
Medicine.
O estudo não tem como objetivo trazer mudanças no tratamento da
puberdade precoce. “O procedimento terapêutico é totalmente estabelecido
e efetivo”, destacou. A partir da compreensão da causa, no entanto, é
possível antecipar o diagnóstico e iniciar o uso dos remédios assim que
aparecerem os primeiros sintomas. “Se o teste genético estiver
disponível, pode-se fazer a análise antes mesmo de ocorrer a
manifestação clínica para saber se está ou não sob risco de desenvolver
precocemente”, apontou.
Ana Claudia destaca que quanto mais cedo é iniciado o tratamento, mais
se evitam os efeitos negativos da doença. Entre eles, os de viés
psicológico, como a estigmatização da criança em razão do aparecimento
de sinais puberais estranhos à faixa etária. “A menina passa a ter mama,
até a menstruar muito cedo, e isso é um desconforto psicológico muito
grande para a criança e para a família”, avaliou. Segundo os
pesquisadores, a antecipação da menarca pode, inclusive, sujeitar a
criança a algum tipo de abordagem sexual inadequada.
Do ponto de vista endocrinológico, há também o comprometimento da
estatura. “Com o aumento dos hormônios sexuais, como o estradiol, nas
meninas, e testosterona, nos meninos, há alteração da maturação óssea e
diminui o tempo de crescimento”, explicou. A interrupção do
desenvolvimento ósseo pode provocar a perda de 10 a 12 centímetros de
altura em relação ao esperado para vários padrões familiares. Na vida
adulta, as mulheres com puberdade precoce estão mais sujeitas a ter
câncer de mama e de endométrio. Além disso, são mais frequentes os
transtornos de ordem psicológica.
Fonte - Agência Brasil
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