Médico paga R$ 30 mil por assassinato de colega em Aracruz.


De médico respeitado a criminoso frio calculista. É assim que o otorrinolarincologista Wagner Rodrigues Lucas, 59 anos, está sendo apontado por fontes da Polícia Civil. Ele foi preso, na manhã desta quarta-feira, durante a Operação Anubis deflagrada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Crimonosas (Nuroc) coordenada pelo delegado Janderson Lube. O médico é apontado como mandante do assassinato do colega de profissão, Luciano Nobis do Nascimento, ocorrido na noite de 16 de setembro de 2004, no bairro Nova Aracruz, em Aracruz.
Segundo o delegado Janderson Lube, a motivação do crime foi a concorrência por clientes, que antes eram de Wagner, mas que passaram a se consultar com Luciano. O mandante do crime contratou o funcionário público Genézio Lazzarini Gregório, 43, por R$ 30 mil para matar o concorrente. Este, por sua vez, contratou dois pistoleiros e emprestou a motoclcleta usada na fuga dos criminosos.
A trama para assassinar Luciano envolve ainda o ex-cabo da PM Pedro do Carmo, 51, que no dia do crime, junto com o soldado Abede Manoel dos Santos Azevedo, 44, atualmente na reserva, monitorou os passos da vítima. Além disso, os então policiais militares tinham a missão de retardarem o atendimento à ocorrência como forma de garantir a fuga dos assassinos.
Segundo o delegado Janderson Lube, o médico Wagner Lucas já teve passagem pela polícia por porte de arma. A prisão aconteceu durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, no dia 20 de outubro de 2004, ou seja, mais de um mês após o assassinato do otorrino Luciano Nobis. Na época, os policiais apreenderam armas e munições na casa do suspeito.
 O exame de balística realizado no material apreendido apontou que três cartuchos de pistola nove milímetros encontrados na casa do médico possuiam o mesmo padrão da arma apreendida em poder de Wenderson Lopes, que tinha sido preso no dia 30 de julho de 2005. As investigações apontaram que a pistola era a mesma usada para matar Luciano. O delegado afirma que essa é uma prova técnica importante que consta no inquérito.
A Justiça de Aracruz decretou a prisão dos suspeitos que foram presos nesta quarta-feira. Segundo Janderson Lube, o médico Wagner Lucas foi preso em casa, em Aracruz. No local, os policiais encontraram sete armas de fogo. Por isso, o médico foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma.
o soldado da reserva da PM, Abede Azevedo, foi preso em casa, em Colatina. O ex-cabo da PM, Pedro do Carmo, foi preso em uma igreja, perto de casa, em Aracruz. No momento da prisão, os investigadores do Nuroc encontraram no carro do ex-militar uma boina e uma cópia da carteira funcional da PM. O suspeito revelou que foi expulso da corporação por envolvimento em um assassinato, mas não entrou em detalhes.
Além de ser apontado como mandante do assassinato do otorrino Luciano Nobis, o médico Wagner Lucas é suspeito de mandar matar o adolescente Fábio Nunes Correa, em 2001. O crime foi dentro do Hospital São Camilo, em Aracruz, onde a vítima encontrava-se internada. O menor teria tentado estuprar a mulher do médico. Por isso, a morte dele foi encomendada.
O intermediário do assassinato do adolescente Fábio Correa foi o empresário Telmo Bitti Barcelos, 52 anos, que foi preso quando desembarcava de um avião vindo de Belém, capital do Pará. Ao todo, 25 policiais civis participaram da Operação Anubis (deus da morte egípcio) que cumpriram as prisões de Wagner, Pedro, Abede, Genésio e Telmo. As prisões são temporárias válidas por 30 dias, mas podem ser prorrogadas.

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