Ainda não
mudei de opinião sobre afirmativa anterior de que Lula se achava Deus. Essa
posição era baseada na sua defesa permanente de que nenhum outro gestor na
história teria realizado algo que beneficiasse a população deste país. Embora
nunca tenha deixado de reconhecer os benefícios sociais de sua administração,
sempre o critiquei veementemente por defender seus colegas, mesmo que para isso
fosse necessário passar por cima da ética e dos princípios morais.
Por ser
lógico, nunca se faz a correlação de que todo “Deus” precisa ser apoiado por
semideuses. Alguns, com o ego comparado ao do Anjo Mau, ombreiam a todo
instante para medir forças com o “supremo” com vista a quem de fato exerce a
titularidade. Nunca houve dúvida de que no governo Lula esse embate não
existia, já que o seu primeiro-ministro considerava-se como se fosse o
presidente de fato, e assim era respeitado por todos.
Deputados
federais, agentes públicos e até os outros ministros eram tratados como seres
inferiores por José Dirceu. Sua arrogância era tão famosa quanto temida por
todos. Ele gostava de ser tratado como superior e adorava tratar os demais como
subalternos. E não bastava serem subalternos, havia uma necessidade de uma
submissão manifesta e absoluta.
Como
consequência imediata à cegueira natural dos deslumbrados com o poder surge a
sede de que sua força seja ilimitada e soberana. Nos sistemas republicanos essa
soberania não se sustenta e todo aquele que se supõe acima das regras
preestabelecidas paga um preço por isso. José Dirceu embriagou-se com o poder e
utilizou o contrato de compra e venda de parlamentares para conseguir a chamada
governabilidade do governo Lula.
Além de
desprezar os frágeis parlamentares, José Dirceu desconsiderou as possíveis
consequências jurídicas decorrentes dos seus atos no Poder Judiciário, como soe
a todos os soberanos. O caldo entornou e o resultado já é conhecido. José
Dirceu e a cúpula corrupta do Partido dos Trabalhadores foram condenados.
Entretanto, persiste com seus arroubos intoleráveis de pura arrogância.
Mesmo
condenado, ele continua achando que está acima da lei. E se enxerga como o
Poder e a lei. Primeiro, publicou uma nota afirmando “humildemente” que
acataria a decisão da Justiça. Parecia estar fazendo um favor ao povo e ao
país. Como assim? Poderia ser diferente?
E qual a alternativa? Não lhe avisaram de que as sentenças judiciais do Supremo
são impositivas. Nunca antes na história deste país o cumprimento se constituiu
num ato de vontade do apenado. Isso até a condenação do mais famoso Zé
brasileiro.
Para ampliar
sua demonstração de generosidade com a nação, agora sugere aos petistas que resistam
à imprensa e ao Poder Judiciário brasileiros. Ainda que se trate de uma abstração,
não deixa de demonstrar sua paixão por menosprezar as instituições e sua
idolatria pelo poder. Aos normais só há uma maneira de entender essa proposta:
só por meio de um golpe que destituísse o Poder Judiciário, já que no Brasil a
decisão da Suprema Corte é final, sem direito a clemência ao Presidente da
República. São Dirceu, menos.
Pedro Cardoso
da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
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