Tênis calçados, fones nos ouvidos e muita disposição. É assim que a maioria dos corredores inicia o seu dia. Seja na rua ou na academia, a corrida é um dos esportes mais democráticos e fáceis de praticar, desde que os limites do atleta sejam respeitados. Para aqueles que optaram por montar seu trajeto de corrida na rua, os especialistas afirmam que alguns pontos devem ser levados em conta. "Qualquer obstáculo ou escolha mal pensada no trajeto pode afetar o rendimento do treino e até aumentar o risco de lesões", afirma o personal trainer Guto Ferrari, coordenador de corrida da academia Velox Fitness, no Rio de Janeiro. Veja como correr na rua sem sofrer riscos:
Cuidado com pistas entre montanhas
Caminhos ou pistas localizadas entre montanha ou
montes tem uma circulação de ar e umidade reduzida, o que inicialmente
dificulta o rendimento do treino. "Por outro lado, isso estimula o
aumento de hemácias, que são as células responsáveis por transportar
oxigênio, o que aumentaria a eficiência do treino", diz o personal
trainer Guto Ferrari, coordenador de corrida da academia Velox Fitness.
"No entanto, essa é uma adaptação a médio e longo prazo, e treinar
esporadicamente neste ambiente apenas dificultará a performance."
Leve em conta o trânsito
Não é a toa que é mais agradável treinar em áreas
arborizadas. Afinal, em locais de trânsito intenso o ar é mais poluído,
fator que pode dificultar a respiração e prejudicar o desempenho.
?Entretanto, é mais importante treinar nestas condições do que não
treinar?, afirma Gurto Ferrari. Por isso, procure trajetos que tenham
muitas árvores e evite ao máximo o trânsito, mas caso não seja possível
fugir dos carros em determinados horários treine mesmo assim.
Analise o tipo de piso
Concreto, asfalto, grama ou areia são pisos muito distintos, que
oferecem diferentes vantagens e desvantagens para o treino. Segundo o
professor de corrida Carlos Santana, da Cia. Athletica de Brasília, a
grama ou terra batida, por exemplo, absorvem o impacto e são indicados
para treinos contínuos, já o asfalto é mais concentrado, ideal para
treinos de ritmo ou spinnings. "O concreto é o piso menos recomendado,
pois é muito sólido e aumenta o risco de
lesões nos
joelhos e tornozelos", afirma. "Outra opção é treinar na areia, que
exige mais força e resistência, pelo fato de ela ser mais fofa que os
outros terrenos", completa. Se você tiver dúvidas quanto ao melhor tipo
de terreno para o seu treino, converse com um especialista.
Evite locais muito movimentados
"A intensidade e velocidade da corrida são a
chave do treino, e correr em uma área movimentada pode atrapalhar
bastante esse desenvolvimento", afirma Guto Ferrari. Além disso,
desviar de pessoas ou até mesmo desacelerar bruscamente pode levar o
corredor a se lesionar. "Quando o espaço está livre, você pode correr
tranquilamente e manter o seu ritmo, sem ter que mudar de direção ou
desacelerar", completa o professor Carlos.
Inclua subidas e descidas no trajeto
Ao escolher o seu trajeto para corrida, leve em
conta a presença de subidas e descidas, como ladeiras ou até mesmo
escadas no meio do caminho. "Quando se treina na ladeira, o corredor
fica mais resistente, pois o gasto energético é maior, as pernas ficam
mais fortes, as passadas mais firmes e a movimentação dos braços mais
coordenada", diz o professor Carlos. No entanto, cuidado: inclinações
excessivas devem ser evitadas, pois aumentam a sobrecarga e aumentam o
risco de lesões. "Deve-se também evitar a corrida em descidas, porque o
impacto sobre as articulações é maior."
Sinuosidade da pista
As curvas frequentes no trajeto fazem com que o
corredor ganhe mais equilíbrio, já que as mudanças constantes no centro
de gravidade exigem alterações posturais durante a corrida. "Este quadro
pode ser benéfico para a propriocepção do corredor, além de recrutar
musculaturas pouco solicitadas nas corridas em linha reta", diz o
personal Guto.
Mapeie os obstáculos
Quando montar o seu trajeto de corrida, preste
atenção na quantidade de postes, semáforos, rachaduras e buracos no solo
e outros obstáculos urbanos que possam interferir no seu treino. "É
fundamental levar esses empecilhos em conta, pois uma distração pode
levar a uma queda, uma torção de tornozelo, dentre outras lesões",
afirma Carlos Santana. "Por melhor que seja o treino e condicionamento
no corredor, esse tipo de percurso pode interferir - e muito - no
resultado do treino."
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