Reclamações contra planos de saúde batem recorde em junho


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O número de reclamações contra as operadoras de planos de saúde vem crescendo a cada mês este ano e nunca foram tão altos. Passaram de uma média de 0,40 queixas em julho de 2010 para 0,65 em junho deste ano, no caso das operadoras de grande porte. Mas, independente do tamanho da empresa, todas elas estão sendo mais reclamadas junto aos canais de atendimento da Agência Nacional de Saúde (ANS). De acordo com a agência, o incremento das queixas tem relação direta com a Resolução Normativa 259, que entrou em vigor em dezembro do ano passado e passou a obrigar os planos a atenderem seus clientes em prazos estabelecidos.

Nenhum cliente pode esperar mais de 7 dias úteis para conseguir marcar consulta básica, ou 3 dias para fazer exame, 21 dias para ser internado. nas urgências tem de ser atendido imediatamente.

De acordo com a ANS, entre dezembro de 2011 e junho de 2012, as queixas contra o não cumprimento de prazos ganhou importância no total de reclamações recebidas. Neste período, 30,7% das demandas relacionaram-se a não disponibilização do atendimento ou disponibilização do atendimento fora do prazo previsto em lei. De novembro do ano passado para cá, a agência recebeu um total de 27.455 queixas e, dessas, 7.812 foram relativas à RN 259. Um número maior até mesmo que as reclamações contra a negativa de atendimento em atendimentos previstos no rol de procedimentos da ANS, que somaram 5.766, até pouco tempo atrás o principal motivo de ligações.

OUTRO LADO - O presidente regional Nordeste da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Flávio Wanderley, destaca que o maior nível de reclamação decorre do pouco tempo de implementação da RN 259 e por isso, o setor passa por uma fase de adaptação, além de enfrentar diversos problemas que terminam afetando o serviço. “O número de médicos não aumentou, só temos novos profissionais formados no final do ano e não temos novas clínicas e hospitais, que levam pelo menos quatro anos para ficarem prontos”, diz. Ele alega também que mesmo os novos profissionais médicos não querem mais abrir consultórios. “os recém-formados preferem fazer concurso público, evitam o risco e os custos elevados e pequenos ganhos dos consultórios.”

Enquanto a Abramge tenta explicar as dificuldades do setor, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) – que representa os 15 maiores grupos de operadoras – prefere minimizar os números da ANS. “As 7.663 reclamações feitas à Agência no primeiro semestre de 2012, relativas ao cumprimento dos prazos de atendimento a beneficiários representam um número modesto frente às 123 milhões de consultas realizadas semestralmente pelo setor. Não se conclua que o crescimento do número de reclamações seja relativo a uma piora da qualidade da assistência. Deve-se, em grande parte, a uma maior divulgação e disponibilidade dos canais de atendimento. Não obstante, as operadoras investem continuamente para a melhoria dos serviços prestados.”

Fonte - Ne10

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