Na contramão do Brasil, Pernambuco reduziu o número de homicídios entre jovens na última década. É o que mostra o Mapa da Violência 2012: Crianças e Adolescentes do Brasil, estudo realizado entre 2000 e 2010 pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais, organismo internacional criado pela Unesco.
A pesquisa divulgada anteontem mostra que, de todos os Estados brasileiros, apenas seis apresentaram diminuição na quantidade de assassinatos de pessoas até 19 anos de idade. A redução na taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes de Pernambuco é de 13,3% – passou de uma taxa de 22,3 (em 2000) para 19,3 (em 2010) – ficando atrás apenas de São Paulo (76,1%), Roraima (55,9%) e Rio de Janeiro (33,3%).
O Estado foi o único do Nordeste a registrar diminuição, passando do 3º para o 7º lugar no ranking de assassinatos de jovens no País. A mesma tendência foi acompanhada por Recife, que alcançou redução de 21,6% na taxa, caindo da 1ª posição na relação das capitais mais violentas do País em 2000 para a 5ª em 2010.
Na lista das dez capitais com mais homicídios de pessoas até 19 anos, seis são nordestinas, com destaque para Maceió, que ocupa a primeira colocação, João Pessoa, na 3ª, além de Natal e Salvador, que, em 10 anos, registraram aumentos alarmantes de 967,9% e 819,9%, respectivamente.
O cientista político e professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) José Maria Nóbrega atribui a redução de homicídios de jovens em Pernambuco ao Pacto pela Vida, programa de segurança pública do governo do Estado, lançado em 2007.
“É possível verificar que as maiores quedas surgem a partir de 2007. Isso mostra que o que reduz a violência são políticas públicas. Melhoria na economia não reduz violência, veja o exemplo de João Pessoa, que teve um crescimento no PIB e na violência”, explicou.
Segundo Nóbrega, a faixa etária estudada pelo Mapa da Violência, até 19 anos, é a segunda que mais influencia no número total de assassinatos em Pernambuco. “A maioria das mortes está entre 20 e 29 anos. Logo atrás vem os assassinatos entre 15 e 19 anos. Antes disso é insignificante para a quantidade total de homicídios”, detalhou o cientista político.
O levantamento utilizou como fonte para análise de homicídios o Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde. O responsável pela pesquisa é o sociólogo e coordenador regional da Unesco em Pernambuco, Julio Jacobo Waiselfisz.
Leia mais na edição desta quin-feira (19) do JC.
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