O Sindicato Nacional das Empresas de
Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) se
declarou surpreso com a medida adotada nesta quarta-feira (18) pela
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de proibir que as
operadoras Oi, TIM e Claro vendam novos chips em vários estados do
Brasil, até que apresentem planos de investimentos e resolvam todas as
demandas de clientes em seus call centers em até 30 dias. Para o
sindicato, a decisão prejudica a população e não elimina os problemas
existentes.
“O setor afirma que a suspensão das
vendas só traz prejuízos para a população e não resolve os eventuais
problemas de qualidade dos sinais de telefonia móvel. A proibição da
venda, além de restringir o cidadão na sua escolha de novos planos e
serviços, pode afetar uma série de pequenas empresas, que têm como
principal fonte de receita a venda de chips de celulares, comprometendo
inclusive a oferta de postos de trabalho”, afirmou o sindicato em nota.
O SindiTelebrasil reclama que “a decisão
foi baseada em queixas apresentadas ao call center da Anatel, que não
revelam as reais condições das redes que suportam os serviços”, e que
vem cobrando das autoridades mudanças que permitam uma melhor
infraestrutura.
O sindicato cita o caso de Porto Alegre
como um exemplo das 250 diferentes leis municipais que “limitam” e
“atrasam” a expansão dos serviços. “Só em Porto Alegre existem quase 100
pedidos para a instalação de antenas aguardando aprovação. Alguns
desses pedidos foram apresentados há pelo menos quatro anos”, declarou o
sindicato.
Desde a última segunda-feira, por causa
do grande número de reclamações pela dificuldade de sinal, o Procon
gaúcho proibiu as operadoras de vender novas habilitações de telefones
móveis pré e pós pagos em Porto Alegre, além de serviços de internet
móvel na capital gaúcha.
O Sinditelebrasil alertou ainda que “a
quarta geração da telefonia móvel (4G), que começará a operar no próximo
ano e será demandada durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014,
exigirá pelo menos o dobro do número de antenas utilizadas hoje pela
tecnologia 3G. E a instalação dessa infraestrutura também poderá
enfrentar as mesmas dificuldades”.
TIM - A
operadora de telefonia TIM garante que adotará todas as medidas
necessárias para restabelecer o quanto antes a normalidade de suas
atividades nos 19 estados em que será proibida de vender novas linhas a
partir de segunda-feira. Em nota à imprensa, a empresa afirmou estar
“surpresa” com a medida “tão extrema” adotada pela Anatel. “A TIM
reafirma que está desenvolvendo um conjunto de projetos de
infraestrutura para seguir suportando o seu crescimento e capturando as
oportunidades que o mercado brasileiro oferece”, afirmou o comunicado.
Segundo a empresa, o maior esforço da
empresa no primeiro semestre deste ano foi a integração da rede móvel
com a rede de fibra ótica da TIM Fiber, para expandir a capacidade. Em
2013, a TIM projeta que 80% das maiores cidades brasileiras estejam
conectadas via fibra ótica. “Esse investimento melhorará a qualidade de
transmissão de voz e dados de forma significativa”, destacou a empresa.
O comunicado mencionou ainda o Índice de
Desempenho no Atendimento da Anatel (IDA), no qual a TIM saiu da última
posição no indicador e assumiu a vice-liderança, refletindo a redução
de 36% das taxas de reclamações. “Comparando o primeiro trimestre de
2011 com o mesmo de 2012, a TIM foi a única operadora a apresentar
redução na taxa de reclamações e crescimento na pontuação do IDA.”
A operadora reafirmou que nos últimos
quatro anos investiu cerca de R$ 3 bilhões anualmente na melhoria da
capacidade e expansão de rede.
OI - A
Oi avaliou que o parâmetro de análise da Anatel, que resultou na
suspensão das vendas dos serviços da operadora em cinco estados, “não
reflete os investimentos maciços realizados em melhorias de rede”. “O
entendimento da Oi é que a análise está defasada em relação à evolução
recente percebida na prestação dos serviços. Os dados não consideram o
esforço e a concentração de investimentos realizados nos últimos 12
meses”, afirmou a companhia em nota à imprensa.
Na comunicado, a operadora cita que
investirá no País R$ 6 bilhões neste ano, cifra superior aos R$ 4,959
bilhões de 2011. A empresa reafirma o plano estratégico de investir R$
24 bilhões entre 2012 a 2015.
A empresa destacou que investirá 32% a
mais no Estado do Rio Grande do Sul este ano, somando R$ 290 milhões,
dos quais R$ 76 milhões serão destinados à expansão e à modernização da
rede de telefonia móvel. Aos estados do Norte, a Oi informou que
investiu no ano passado R$ 240 milhões. No Mato Grosso do Sul, a empresa
relatou que investirá 20% a mais este ano em relação a 2011.
CLARO - Para a Claro,
“problemas pontuais” de atendimento no call center geraram a suspensão
da venda de novas linhas móveis nos estados de São Paulo, Santa Catarina
e Sergipe, conforme determinação da Anatel. Em nota à imprensa, a
empresa informou que “ações de melhorias já apresentaram resultados nos
indicadores da Anatel do mês de junho”.
A operadora também se disse surpresa com
a decisão da Anatel. “A operadora faz fortes investimentos em rede no
Brasil, sendo R$ 3 5 bilhões apenas em 2012, como resultado a Claro
apresenta um dos melhores indicadores de rede medidos pela própria
Anatel”, mencionou o comunicado.
A empresa informou ainda que apresentará
prontamente à Anatel o seu plano de investimentos, que “busca manter a
constante excelência do serviço”.
Fonte: Agência Estado
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