OPERAÇÃO HIDRA – POLÍCIAS DE PB E PE APREENDEM EM PATOS ENVOLVIDOS EM ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO.

Uma mega operação policial está acontecendo em Patos desde as 03h00m (três da manhã) desta quarta-feira (21), envolvendo as polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal. Estão sendo cumpridos 23 mandados de prisão expedidos pela Justiça para a Operação Hidra, realizada pelas Polícias da Paraíba e de Pernambuco. Os alvos principais da operação são os presídios de Patos, Sousa e ainda nas cadeias públicas de São Bento e ainda a cidade de São José do Egito, em Pernambuco.

De acordo com o coronel José de Almeida, comandante de Policiamento Regional II, há oito meses iniciaram as investigações. Foram feitas imagens onde agentes penitenciários faziam escoltas de detentos do presídio da cidade de Patos para cometer os crimes.

Pelos menos 21 pessoas já foram detidas e entre essas estão envolvidos cinco agentes penitenciários, eles estão sendo acusados de facilitar a saída de presos e entrada de drogas nos presídios. Cerca de 70 policiais estão envolvidos na operação.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) confirmou que o atual diretor do Presídio Regional Romero Nóbrega em Patos, no Sertão paraibano, e um ex-diretor da unidade prisional também foram presos.

Presidiários e agentes penitenciários suspeitos de participar do esquema estão sendo transferidos para o presídio de segurança máxima PB1, em João Pessoa.

Como funciona:

Conforme a polícia, a organização criminosa atuava distribuindo drogas originárias da Bolívia e do Paraguai para cidades da Paraíba e de Pernambuco. O esquema seria comandado por um presidiário de Patos, com a conivência e facilitação do ex-diretor e da atual direção do Presídio Regional Romero Nóbrega, além da participação de cinco agentes penitenciários.

A polícia e o Ministério Público também apuram o uso de carros oficiais da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária na escolta de presos do regime fechado, que teriam sido levados por funcionários de presídios para administrar o tráfico junto a grupos criminosos em bairros. Ainda é investigada a participação de pessoas em São Paulo, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

De acordo com as Polícias Civil e Militar, o grupo também atuaria nas execuções de pessoas que tentavam denunciar o esquema. Uma das vítimas seria um detento preso na Operação Laços de Sangue. Ele foi detido no Rio Grande do Norte e supostamente integrava grupos de pistoleiros comandados por famílias do Sertão paraibano.

O presidiário morreu no dia 7 de outubro de 2011, durante um incêndio na enfermaria do Presídio Regional de Patos. A Secretaria de Segurança e Defesa Pública da Paraíba determinou a abertura de uma sindicância para apurar se o incêndio foi criminoso ou acidental, porém o resultado não foi divulgado.

No mesmo mês, o então diretor do mesmo presídio onde aconteceu o incêndio sofreu um atentado e teve o carro atingido por mais de dez tiros. Na época, a Polícia Civil afirmou que a tentativa de homicídio tinha relação com a Operação Laços de Sangue, porém a Segurança Pública apura o envolvimento do ex-diretor no esquema de facilitação de tráfico de drogas.

Fonte - Cardoso Filho

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