Brasil carece de profissionais qualificados.

Os serviços estão cada vez mais caros no Brasil. 
Os canteiros de obras e o segmento de empregados domésticos são exemplos da pujança no setor. Os profissionais são disputados pelas empresas que oferecem salários cada vez mais elevados, principalmente quando se trata de serviços. 
A exemplo disso, há serviços de hotelaria, caseiros, bancários, pedreiros, eletricistas e até manicures nos salões de beleza.
O mercado de trabalho foi um dos últimos a se recuperar da crise, mas o medo de perder o emprego já é passado para os brasileiros. 
O déficit de trabalhadores qualificados é preocupante na construção civil, mas ocorre também no agronegócio, saúde, em hotéis e até em alguns ramos da indústria. 
Empresas, comércio e serviços só não voltaram a contratar, porque faltam trabalhadores com qualificação suficiente para preencher vagas. Empresários e analistas temem a repetição do “apagão de mão de obra” de 2008, o que comprometeria o avanço sustentável da economia.
Toda vez que o Brasil cresce 4,5% ou mais, falta mão de obra qualificada. Uma estimativa da consultoria LCA, com base no Cadastro Geral de Trabalhadores (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), aponta que o número de brasileiros empregados atingiu 32,28 milhões em novembro de 2009, 1,1 milhão a mais que em outubro de 2008, antes da crise, quando o problema de falta de mão de obra qualificada era grave. 
Em dezembro, com a demissão dos temporários contratados para o Natal, caiu para 31,87 milhões, 685 mil a mais que antes da crise.
Há uma diferença entre os setores: na construção, comércio e nos serviços, o número de empregados supera o nível anterior à crise; já na indústria, há pessoas sem emprego em relação a outubro de 2008. 
Existe um estoque de trabalhadores qualificados à disposição no setor e a indústria já retomou o nível de antes da crise.
Os empregadores brasileiros, da construção civil, indústrias, serviços em geral, e tantos outros empreendedores, reclamam, com muita razão, da falta de pessoas capacitadas e qualificadas para o mercado de trabalho no país.
A falta de mão de obra qualificada também contribui para alavancar os preços cobrados por esses profissionais. Enquanto um professor qualificado ganha menos de R$ 40,00 por dia, um pedreiro, muitas das vezes, sem qualquer estudo, cobra por um dia de serviço, o dobro desse valor.
 O crescimento da economia brasileira e a demanda por bons profissionais estão em alta; há empregos disponíveis, mas o que as empresas buscam são trabalhadores capacitados. Porém, esse é um grande desafio para todo o país.
Os investimentos feitos até agora pelos governos para qualificação profissional, a exemplo dos “Chapéus de Palha” da vida e, milhares de outros cursos confiados a dezenas de instituições “desqualificadas”, instituídas para especializar pessoas, não tem trazido resultados positivos.
Recentemente, uma empresa em Suape, necessitou de 300 soldadores, teve que buscar no Rio de Janeiro, mais da metade desses profissionais. 
Isso ocorre em todos os setores, a começar pela empregada doméstica que, muitas das vezes não se qualifica, para atender bem os seus empregadores.
Um aspecto que chama a atenção dos empresários que necessitam de bons profissionais é a lacuna que se constata em termos de habilidades que transcendem a qualificação profissional e técnica, como liderança e atitude empreendedora.
 O que os governos já deveriam ter feito era incluir na educação básica pública de qualidade, um pré-requisito para desenvolvimento de competências profissionais específicas e, essas deficiências prévias, obviamente, tem impactos sobre o mercado de trabalho.

GONZAGA PATRIOTA, Contador, Advogado, Administrador de Empresas e Jornalista. Pós-Graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil, pela Universidade Federal da Argentina. É Deputado Federal pelo PSB de Pernambuco.

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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