Pernambuco atualiza notificações de Varíola dos Macacos

 


A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) divulgou, nesta quinta-feira (04/08), mais uma atualização dos casos notificados de varíola dos macacos, causada pelo vírus monkeypox. O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs-PE) contabiliza, até o momento, 38 notificações, sendo 30 casos que ainda estão em investigação, 7 confirmados e um caso descartado.

Do total das notificações, sete pacientes tiveram confirmação laboratorial para o vírus e envolvem pessoas residentes nos municípios de Recife (3), Jaboatão dos Guararapes (2), além de dois casos de outros estados, Rio de Janeiro (1) e São Paulo (1). As faixas etárias são: 20 a 29 (3), 30 a 39 (1) e 40 a 49 (3). Todos são do sexo masculino. Dos confirmados, todos estão em isolamento domiciliar. Até o momento, não há evidências de que Pernambuco registre a transmissão local da Monkeypox.

Já os 30 casos que estão em investigação são de pessoas residentes nos municípios de Recife (14), Limoeiro (5), Paulista (2), Abreu e Lima (1), Araçoiaba (1), Camaragibe (1), Gameleira (1), Ipojuca (1), Jaboatão dos Guararapes (1), Petrolina (1), Timbaúba (1) e São Paulo (1). As faixas etárias são: 10 a 19 (4), 20 a 29 (12), 30 a 39 (9), 40 a 49 (3) e 50 a 59 (2), sendo 25 do sexo masculino e 5 do sexo feminino. Os casos notificados estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica municipais.
As amostras coletadas estão sendo encaminhadas para o Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, referência para o diagnóstico da Monkeypox, e para o Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE).

Capacitação – Na tarde desta quinta-feira (04/08), profissionais da área da Saúde – incluindo médicos que atuam nas emergências e unidades de terapia intensiva, coordenadores de enfermagem, chefias clínicas, além de médicos reguladores e gestores – participaram de webpalestra sobre a Situação epidemiológica e manejo clínico sobre a varíola dos macacos, tendo como palestrante o médico e chefe do setor de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Dr. Demétrius Montenegro. Também foi apresentado o cenário epidemiológico em Pernambuco, pelo epidemiologista da SES-PE, George Dimech. O conteúdo da capacitação estará disponível na página do Núcleo Estadual de Telessaúde no YouTube (https://www.youtube.com/c/telessaudesespe).

Durante a exposição, após apresentação do contexto histórico-epidemiológico da doença e da revisão de literatura, o médico Demétrius Montenegro frisou a importância do isolamento em casos suspeitos e também a responsabilidade sanitária de cada indivíduo. “De forma diferente de como ocorre com o coronavírus, não se trata aqui de um isolamento, propriamente, respiratório, já que é necessário um contato muito próximo e direto com a pessoa contaminada. Nesse surto, o modo de transmissão é de pessoa para pessoa, então, o problema é o contato com as lesões contaminantes e com a exposição direta às gotículas respiratórias contendo o vírus”, explicou.

Outro ponto ressaltado foi o cuidado com a estigmatização da doença.”De forma geral, estamos ressaltando aqui o contato físico próximo como fator determinante para a transmissão do vírus e isso inclui, também, o contato ou a relação sexual, mas não apenas ela. É necessário que trabalhemos contra qualquer forma de preconceito ou estigma que essa infecção possa causar. Não se deve apontar o contato sexual como um fator determinante ou único de disseminação do vírus, mas sim qualquer contato”, finalizou.

Também foram discutidos pontos para reforçar e uniformizar o protocolo de atendimento e manejo clínico; os critérios com relação aos casos prováveis que atendam à definição de caso suspeito, assim como, orientações gerais e de diagnóstico.

Desde o mês de junho, a SES-PE emitiu nota técnica para os serviços de saúde das redes públicas e também privada sobre as diretrizes a serem adotadas para vigilância, acompanhamento e manejo clínico dos casos suspeitos e confirmados da monkeypox em Pernambuco. Sendo assim, todos os serviços de saúde já estão aptos a realizar o primeiro atendimento de um caso suspeito da infecção pela monkeypox, iniciar o protocolo de notificação e manejo clínico do paciente, além de encaminhamento para os serviços de referência nos casos assim indicados. Nos casos de maior gravidade, os pacientes devem ser encaminhados, via Central de Regulação, para as unidades de referência em doenças infectocontagiosas (Hospital Correia Picanço, Hospital Universitário Oswaldo Cruz e Hospital das Clínicas).

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