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Apesar de todo debate e polêmica em torno do uso da cloroquina no tratamento de pacientes com a Covid-19, outros medicamentos estão sendo estudados no mundo inteiro com a mesma finalidade.
De acordo com o chefe do setor de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Demétrius Montenegro, entre os que estão se mostrando mais promissores é o antiviral remdesivir, utilizado no tratamento do ebola. Ele apresentou resultados clínicos positivos em testes recentes e vem sendo usado de forma experimental em pacientes com o novo coronavírus nos Estados Unidos e no Japão.
“Essa medicação, dentre todas as estudadas, talvez é a que tenha realmente uma maior eficácia. Não em relação a diminuir a letalidade, mas os trabalhos vêm mostrando que diminuiu o tempo de internamento dos pacientes, o que de todo jeito já é um grande feito. Aqui no Brasil essa medicação ainda não está disponível. Mas nos EUA, há alguns dias, o órgão que libera o uso e comercialização de medicação aprovou a liberação do remdesivir para utilizar em pessoas com diagnóstico de Covid-19”, disse o infectologista.
Recentemente, a farmacêutica americana Gilead Sciences, responsável pela fabricação do antiviral, abriu mão da patente para facilitar o acesso ao medicamento em 127 países. Contudo, o Brasil ficou de fora da lista. A União Europeia já estuda liberar a venda do remédio para tratar pacientes com Covid-19. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está em contato com o fabricante para acompanhar a evolução das pesquisas envolvendo o medicamento no combate ao coronavírus.
“O que temos de tratamento hoje sabidamente aceito pela ciência é o acompanhamento do paciente e, principalmente nos casos graves, é a terapia intensiva, que quando bem aplicada salva muitas pessoas da Covid-19”, disse Demétrius Montenegro.
O médico explicou que os casos leves da Covid-19 representam cerca de 80% do total e, independentemente da medicação utilizada, os pacientes desse grupo vão se curar. “Aquelas pessoas que têm um quadro mais grave, a situação mais crítica fica em torno de 5%. Se tiver uma boa terapia intensiva também tem uma boa chance de cura dessa doença”, afirmou.
Fonte - Folha-PE
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