Vitamina D é uma importante aliada do sistema imunológico

Em época de quarentena, ter contato com o sol se tornou ainda mais importante, já que essa é a principal fonte de produção de Vitamina D. Mas sem poder sair de casa, será que a exposição solar apenas da varanda ou da janela é suficiente?
De acordo com o endocrinologista Ruy Lyra, alguns minutos de contato direto com o sol aliados a uma alimentação diversificada é suficiente para manter as taxas regulares. “O contato dos raios solares com a pele aciona uma cascata de fenômenos no corpo. Dentre os principais benefícios da vitamina, um dos principais é o efeito anti-inflamatório”, explica o especialista.
Embora seja chamada de vitamina, a substância é, na verdade, um pró-hormônio, ou seja, dá origem a vários hormônios importantes para o corpo e atua no fortalecimento do sistema ósseo e muscular, porque regula a quantidade de cálcio e fósforo no organismo e aumenta a absorção desses sais minerais no intestino. Esses sais têm ainda um papel importante na contração muscular de todos os tipos de músculo, inclusive o coração. A vitamina D é fundamental também para o sistema imunológico, que tem requisitado mais reforço neste período de pandemia da Covid-19. 

Pesquisadores da Universidade de Turim, na Itália, divulgaram recentemente um estudo que aponta a vitamina D como forte aliada no combate ao novo coronavírus, já que tem papel fundamental na modulação do sistema imunológico. Os primeiros resultados coletados pela pesquisa mostraram que muitos pacientes hospitalizados diagnosticados com o novo coronavírus, principalmente os mais idosos com idade acima dos 70 anos, apresentaram falta do pró-hormônio no organismo.

Produzida pelo próprio organismo, as pessoas normalmente possuem taxas regulares da vitamina, mas há três formas de adquiri-la: exposição solar, reforço na alimentação ou através de uma suplementação específica. “Apesar de ser uma vitamina de extrema importância, não é recomendado que pessoas iniciem uma suplementação de vitamina D sem indicação médica”, alerta Ruy. Segundo ele, só é necessário realizar esse reforço com composto farmacêutico quem realmente precisa. “Normalmente os idosos, obesos e diabéticos, grupos nos quais a absorção da vitamina é menor, precisam de uma atenção maior em relação às taxas. Por isso, é indicado estar sempre em acompanhamento médico, para saber quando é preciso aumentar a dose ou não.

Fulvio Rêgo Barros, 71, tem evitado sair de casa. Ele, que é médico, conta que não há indícios na aparência que demonstrem que uma pessoa está precisando reforçar a dose de vitamina D, por isso, ele faz exames periódicos para monitorar as taxas. “De três em três meses, sou avaliado pela minha endocrinologista, que verifica quando estou deficiente da vitamina ou não. Quando minhas taxas estão abaixo, ela indica a suplementação, que é individual, pensada pras minhas necessidades”, relata Fúlvio.
No entanto, Fulvio destaca que não é sempre que ele precisa de suplementação. “Possuo uma alimentação balanceada, costumo comer cogumelos, que são fontes da vitamina, e sempre realizo um contato com o sol”, pontua. “Como tenho evitado sair de casa, esse contato tem sido feito na varanda de casa mesmo. Coloco as palmas da mão viradas para cima e assim absorvo a vitamina”, complementa.
Embora a exposição solar seja responsável por cerca de 80% da vitamina D adquirida pelo corpo no dia a dia, há alimentos que podem aumentar ainda mais esse valor, que é o caso de peixes gordurosos, óleos de fígado e cogumelos. Leite, ovos e fígado bovino também têm a vitamina, mas em menor quantidade. O doutor Ruy Lyra reforça que, embora seja fácil de absorver a vitamina, é importante sempre estar monitorando as taxas. “Não custa estar em dia com a consulta médica. Na maioria dos casos, as pessoas conseguem estar na normalidade, mas é sempre bom acompanhar de perto”, finalizou.
Fonte - Folha-PE

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