A situação da ferrovia Transnordestina, obra fundamental para a infraestrutura do Nordeste que se arrasta por sucessivos governos, é um assunto que une governo e oposição em Pernambuco. No embalo da movimentação de senadores pernambucanos, o governador Paulo Câmara (PSB) criticou, em artigo publicado nessa segunda (26) nesta Folha de Pernambuco, o novo cronograma para a conclusão da obra, em 2027. O entendimento geral é que não se deve esperar alguma ação do governo Michel Temer (MDB), mas que a bancada deve se unir para pressionar o futuro governo Jair Bolsonaro (PSL) por uma resolução em relação à ferrovia.
Segundo Câmara, não há razão para o Governo Federal aprovar o cronograma proposto. “A retomada é uma boa notícia, porém, a chegada ao Porto de Suape, em Pernambuco, apenas no ano de 2027 é mais uma lamentável frustração nessa obra iniciada há mais de 20 anos. E sem motivos para tamanho atraso na frente pernambucana”, criticou. O gestor também reclamou do trato dado ao Porto de Pecém, no Ceará, que é de uso privado, em detrimento ao porto pernambucano. “Essa assimetria na regulação supõe que os portos organizados, mais controlados, sejam os destinatários dos investimentos da União, mas a proposta vai no sentido contrário”, disse.
Já visando ao longo prazo, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) havia proposto na semana passada audiência pública, com o apoio de Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do Governo Temer no Senado. A discussão será realizada no próximo dia 4 de dezembro, às 9h, na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, com representantes do Ministério do Transporte, do Ministério da Integração Nacional, do Ministério do Planejamento, da Agência Nacional dos Transportes Terrestres, do Tribunal de Contas da União e da Transnordestina Logística (TLSA). “É uma condição inaceitável para Pernambuco”, reclamou o petebista.
Bezerra Coelho comentou que chegou a conversar com o atual presidente Michel Temer, do qual é líder do Governo, para rescindir o contrato com a concessionária TLSA, mas não foi atendido. Segundo o emedebista, não se justifica esse cronograma, porém, com o Governo Temer findando, já não há o que fazer. “Vamos apelar para o novo governo rever essa concessão”, afirmou. Aliado de Bolsonaro, o deputado federal Luciano Bivar (PSL) disse que todos os pleitos que chegarem ao presidente eleito Jair Bolsonaro vão ser tratados de forma retilínea e a Transnordestina é uma prioridade para os pernambucanos. “Cabe a nós, bancada de Pernambuco, fazer as devidas injunções e nós iremos”, afirmou. “Será tratado (com Bolsonaro) no momento específico”, acrescentou. A reportagem tentou contato com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e vice-governador Raul Henry (MDB), mas não obteve retorno.
Fonte - FolhaPE
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