Balanço do 1º turno: mais certezas do que incógnitas


A seis dias do primeiro turno, o balanço da campanha eleitoral carrega hoje mais certezas e probabilidade do que incógnitas.
1. O segundo turno presidencial deve ser disputado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
2. O provável fiasco da candidatura de Geraldo Alckmin vai mergulhar o PSDB em uma crise profunda. Após 24 anos de polarização com o PT, ganhando duas e perdendo quatro disputas, os tucanos têm sido esnobados pelo eleitor. Tiveram ainda de assistir a dois expoentes regionais do partido, Beto Richa (PR) e Marconi Perillo (GO), serem alvejados por operações policiais na campanha —um deles, Richa, chegou a ser preso.
3. Impressiona a rapidez do derretimento de Marina Silva (Rede). Em um mês, despencou do segundo lugar para o patamar de um quase nanico. Se deseja ser candidata em 2022, a ex-senadora precisa repensar erros cometidos nos quatro anos em que teve liberdade e tempo (como nenhum outro adversário) para construir uma candidatura sólida.
4. Ciro Gomes (PDT) foi o candidato que mais criou expectativas no processo eleitoral. Esteve prestes a fechar com o centrão, que o trocou por Alckmin (há quem diga que com a bênção de Lula). Mesmo solitário, Ciro deu sinais de fôlego para ser uma terceira via capaz de atravessar o duelo Bolsonaro x Haddad. As pesquisas recentes, entretanto, indicam que o combustível do pedetista já entrou na reserva.
5. O candidato do impopular governo de Michel Temer não conseguiu nem o papel de coadjuvante. Apesar dos milhões gastos e de um trabalho de marketing bem criativo, o ex-ministro Henrique Meirelles(PMDB) não passou de um figurante.
6. Há um saldo negativo de episódios que mancham a campanha: um atentado a faca contra Bolsonaro, declarações irresponsáveis do próprio que ameaçam princípios democráticos, a omissão de autoridades no combate a fake news e a inexplicável censura imposta por um ministro do STF a uma entrevista de Lula, personagem importante da eleição.

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