Custo de produção da cana-de-açúcar sobe 18% em Pernambuco

O custo de produção da cana-de-açúcar em Pernambucoapresentou um aumento de 18% em relação à safra de 2016/2017. Essa elevação nos gastos foi analisada por produtores e técnicos ligados ao Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco (Sindicape) e à Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco (AFCP), que se reuniram nessa segunda-feira (18) com representantes do projeto Campo Futuro, na sede da Federação da Agricultura de Pernambuco (Faepe). O custo operacional por hectare passou de R$ 5.141 para R$ 6.700 segundo a Faepe.
Mas, apesar da elevação nos gastos, a expectativa do setor é positiva em relação à produção em Pernambuco. De acordo com o presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) e da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Alexandre Andrade Lima, o Estado produziu sozinho 12 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra de 2017-2018, 10% a mais do que o resultado da safra anterior. No mesmo período, o Centro-Sul teve uma queda de 10% na produção.
Despesas

Para João Marcos Meneghel, engenheiro agrônomo da Pecege/Esalq, a razão para a elevação dos gastos é o aumento na quantidade de insumos utilizados para produzir a cana, tanto no Nordeste quanto no eixo Centro-Sul. “Surgiram novas pragas, novas doenças e práticas diferentes, então se teve que usar novos insumos como defensivos agrícolas, fertilizantes”, disse. Em São Paulo, o aumento no custo foi de 20%, acima do resultado pernambucano.
Essa diferença é explicada pela elevação da produtividade em Pernambuco, que cresceu 17%, enquanto a média brasileira caiu. “No Nordeste, a gente depende muito do índice pluviométrico. Como estamos tendo um inverno muito bom, a produtividade da cana melhorou bastante. Se continuar chovendo até agosto, que é o período normal de chuvas na região, nós teremos uma safra muito boa”, explicou Alexandre Andrade Lima. “São Paulo tem um inverno mais seco e aqui está mais úmido. As chuvas entraram na normalidade depois de seis anos de seca”.

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