Após encontro de duas horas, Joaquim Barbosa afirmou que ainda não se convenceu se realmente quer ser candidato e que sua família é contrária ao seu lançamento ao Palácio do Planalto
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosadeixou nesta quinta-feira (19) a primeira reunião com o comando nacional do PSB colocando em dúvida a possibilidade de disputar a sucessão presidencial.
Após encontro de duas horas, ele afirmou que ainda não se convenceu se realmente quer ser candidato e que sua família é contrária ao seu lançamento ao Palácio do Planalto.
Em entrevista à imprensa, ele citou dificuldades para assumir a função, como resistências em alianças regionais, problemas pessoais e o seu incômodo com o assédio da imprensa.
“Há dificuldade dos dois lados. O partido tem a sua história e as suas dificuldades regionais. E, do meu lado, eu tenho as minhas dificuldades de ordem pessoal. Não consegui ainda convencer a mim mesmo de que devo ser candidato”, disse.
Ele ressaltou ainda que é um homem de vida discreta e quieta. “Faz quase quatro anos que eu saí da Suprema Corte. Vocês ouviram falar de mim?”, questionou.
O discurso de Barbosa gerou dúvidas junto ao comando nacional da sigla, que tinha segurança de que ele se filiou à sigla com o propósito único de se lançar candidato presidencial.
Na reunião, ele afirmou que a decisão deve ser muito bem pensada porque é o responsável financeiramente por uma família de oito pessoas. Barbosa atua hoje como advogado.
“O cronograma é muito elástico e há muito tempo ainda. O partido pode inclusive optar por escolher um outro nome”, afirmou.
Resistência
Hoje, o nome de Barbosa enfrenta resistência junto a dirigentes do partido do Nordeste e do Sudeste. Em São Paulo, o governador Márcio França defende abertamente o apoio a Geraldo Alckmin, do PSDB.
No Nordeste, candidatos a governo preferem que o PSB faça uma aliança com o PT, que tem maior força eleitoral na região.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reconheceu que há dificuldades em alianças regionais, mas que isso pode ser superado.
Ele lembrou que em 2002, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho sofreu mais resistência que Barbosa ao se filiar ao PSB. E, mesmo assim, acabou tendo o apoio da legenda para a sucessão presidencial.
Ele descartou a possibilidade de Barbosa ser candidato a vice na chapa de Ciro Gomes ou de Marina Silva. “Nós não convidamos o Joaquim Barbosa ao PSB para ser vice de ninguém e não queremos indicar ele para vice de chapa nenhuma. Quem tem essa esperança pode esquecer”, disse.
Siqueira afirmou que a indisposição com a política tradicional deve marcar o pleito de 2018 e que isso beneficiaria uma candidatura de Barbosa. Questionado sobre se a demora para tomar uma decisão pode afetar alianças e o desempenho do candidato, disse que a eleição é atípica e isso deve ter pouco efeito.
“Há candidatos que já estão até há um ano ou meses de pré-campanha e não conseguiram decolar. O único que conseguiu decolar foi o candidato que não pode ser candidato”, disse.
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