Produção de uvas e vinhos no Vale do São Francisco, uma história que começa na década de 1960

O almoço do Domingo de Páscoa é, para milhares de pessoas, um momento especial de união, celebração e fé. Na mesa, o peixe e o vinho são os protagonistas da principal refeição da Semana Santa. Há alguns anos, o Sertão de Pernambuco, região do Vale do São Francisco, ganhou um espaço especial nesta celebração. Hoje, internacionalmente conhecida como polo produtor e exportador de uvas e vinhos, a região tem história para contar.
G1 Petrolina conversou com a professora de Enoturismo e Eno Cultura do Instituto Federal do Sertão de Pernambuco (IF Sertão-PE), Ana Rita Leandro, e também colheu informações do artigo científico ‘Breve histórico da vitivinicultura e a sua evolução na região semiárida brasileira’, da engenheira agrônoma e pesquisadora do Embrapa Semiárido, Patrícia Coelho de Souza Leão, com o objetivo de criar uma linha do tempo da história da produção de uvas e vinhos no Vale do São Francisco.
Bem antes do Vale do São Francisco se consolidar como polo de vitivinicultura, quem já exercia esse papel no Brasil era a região Sul. No século 19, o Rio Grande do Sul, mesmo com as condições climáticas desfavoráveis, passou a ser considerado um polo crescente nesse meio – e até hoje segue inserido no ramo. Mas, a chegada de imigrantes estrangeiros no país trouxe o conhecimento técnico e a noção de mercado, o que fez com que outras regiões brasileiras também mostrassem a sua capacidade produtiva.
É na década de 1960 que o Nordeste entra em cena e o Vale do São Francisco inicia a sua trajetória na produção de uvas e vinhos, com a implantação das primeiras videiras. “Nos anos de 1963 e 1964, foram instaladas duas estações experimentais, nos municípios de Petrolina, no Sertão de Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, onde seriam implantados, respectivamente, o Projeto Piloto de Bebedouro e o Perímetro Irrigado de Mandacaru”, cita o artigo de Patrícia Coelho de Souza Leão .

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