Em apenas nove dias, uma ação fraudulenta em uma correspondente bancária no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, desviou mais de R$ 500 mil dos moradores do distrito de Ponte dos Carvalhos. A quantia equivale a 800 boletos que deveriam ter sido pagos no início deste mês, de acordo com a Polícia Civil.
Em depoimento, na manhã desta terça-feira (27), a dona do posto de pagamentos alegou que também foi engada. Segundo o delegado de repressão ao estelionato, Rômulo Alves, ela repassou o ponto comercial devido problemas financeiros, mas não formalizou o contrato. A nova proprietária teria usado dois dos três cofres do estabelecimento para esconder o dinheiro entregue pelos clientes.De acordo com o delegado, a dona do estabelecimento tinha a autorização para atuar como correspondente bancária do Banco do Brasil há dois anos. Em agosto deste ano, no entanto, ela resolveu anunciar a correspondente em um site de comercio virtual.
“Foi quando surgiu uma mulher, dizendo que era da Paraíba. Ela se interessou pelo negócio e queria conhecer a empresa. Inclusive, esteve no Recife três vezes. Na última, efetuou um pagamento de R$ 20 mil e apresentou uma minuta de um contrato. Nele, garantia que pagaria o restante, R$ 15 mil, em 30 dias”, afirmou o delegado.
A partir desse acordo informal, a suspeita já começou a atuar como nova proprietária. Ela teria proibido que os funcionários mantivessem qualquer vínculo com a antiga dona.
“Essa nova proprietária disse aos funcionários que estaria implantando um novo sistema. Além de operar com o Banco do Brasil, trabalharia com o Santander”, relatou o delegado. Ele disse que a mulher ainda imprimia falsos comprovantes com a logomarca do Santander. “Ela deixou apenas uma máquina do sistema antigo para não levantar suspeitar e esses dois outros caixas guardavam o valor dos pagamentos para ela”, completou.
A fraude foi praticada entre os dias 8 e 17 de setembro. Rômulo Alves ainda aguarda alguns dados da delegacia do Cabo de Santo Agostinho, que recebeu as denúncias, informando quantas pessoas foram lesadas. Na última sexta-feira (23), uma fila de denunciantes se formou na porta da delegacia.
O crime só foi descoberto na manhã da segunda-feira (19) com a chegada dos funcionários. “A correspondente estava de portas fechadas e com uma placa de ‘greve’ para despistar. Aos poucos, foram surgindo pessoas alegando que seus boletos não haviam sido pagos”, comentou o delegado.
A suspeita ainda levou os computadores, os três caixas e as câmeras do circuito interno de vigilância. “Vamos analisar as câmeras de outras lojas para tentar identificar a mulher, já que os dados que foram passados para a dona são falsos”, observou Alves. População faz fila em delegacia para denunciar suposta fraude bancária.
Fonte: G1
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