Combate ao HIV está "fadado ao fracasso" se esforços não forem focados na África, segundo o MSF

                                                   

Os objetivos globais acordados para conter a epidemia de HIV até 2020 não serão alcançados a não ser que a resposta ao HIV seja drasticamente acelerada na África Central e Ocidental, onde as pessoas que vivem com o vírus continuam a sofrer desnecessariamente e a morrer silenciosamente, alerta a organização humanitária internacional MSF (Médicos Sem Fronteiras) em novo relatório divulgado nesta quarta-feira (20).
O MSF pediu às agências globais de combate à AIDS, aos governos afetados pela epidemia da doença e à sociedade civil que desenvolvam e implementem um plano rápido para ampliar a oferta de tratamento antirretroviral em países onde a cobertura alcança menos de um terço da população em necessidade — especialmente na África Central e Ocidental.
A região é responsável por uma em cada cinco das novas infecções de HIV no mundo, uma em cada quatro das mortes relacionadas à Aids e quase metade das crianças nascidas com o vírus. Isso acontece devido à baixíssima cobertura do tratamento antirretroviral, que mal chega aos 24% da população em necessidade.
“A tendência convergente das agências internacionais em focar nos países mais afetados e em regiões com alta taxa de HIV na África subsaariana corre o risco de negligenciar a importância de preencher a lacuna no tratamento em regiões com baixa cobertura antirretroviral", diz o Dr. Eric Goemaere, especialista em HIV do MSF.
— As necessidades na África Central e Ocidental continuam enormes, com três em cada quatro pessoas em necessidade sem acesso a cuidados para HIV. Isso equivale a cinco das 15 milhões de novas pessoas pelo mundo que deveriam iniciar o tratamento até 2020.
Para o especialista, a "negligência contínua da região é um erro trágico e estratégico". Segundo Goemaere, deixar o vírus livre para fazer seu trabalho mortal na África Central e Ocidental ameaça o objetivo de conter a Aids no mundo.
A região que compreende a África Central e Ocidental é considerada de baixa prevalência do HIV, com 2,3% da população vivendo com o vírus. No entanto, essa é três vezes a prevalência mundial, que é de 0,8%, e alguns locais da região têm mais de 5% de sua população vivendo com HIV — nível que define a alta prevalência.
Fonte:R7.

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