Há dez meses no posto de governador de Pernambuco,
Paulo Câmara (PSB) apontou na última terça-feira o que ele considera os
principais gargalos enfrentados por sua gestão. A situação dos presídios
pernambucanos, classificada pela Human Rights Watch(HRW) como calamitosa, foi
incluída. “Eu vou listar quatro desafios grandes que estamos enfrentando: a
questão da saúde, segurança, água e sistema prisional”, disse durante
entrevista à rádio CBN.
O governador aposta
na construção de um presídio de segurança máxima no Estado. O projeto, porém,
não tem data para sair do papel e nem a cidade escolhida para receber a
unidade. “Vamos buscar recursos para fazer uma unidade que possa receber presos
de alta periculosidade. Não é um projeto barato. Estamos buscando verba
federal, mas a gente tem que atuar no sentido de que se não houver essa verba a
gente vai realizar. Agora não tenho condições nenhuma de iniciar uma obra desse
porte, mas espero ter condição ainda no nosso governo”, declarou.
Uma alternativa mais urgente para o governo
estadual é a conclusão das unidades de Tacaimbó, ainda este ano, e de
Araçoiaba, com prazo de dois anos, para reduzir em parte a superlotação
verificada nas penitenciárias pernambucanas. A conclusão do presídio de
Itaquitinga, cujas obras estão paradas, também está na mira do governo.
No total, pelas
contas do governo, cerca de cinco mil vagas serão criadas com essas unidades,
sendo 800 em Tacaimbó, duas mil em Araçoiaba e duas mil em Itaquitinga. “Vamos
concluir o que está em andamento. A gente tem interesse, se conseguirmos uma
equação financeira legal, de terminar dois pavilhões que foram feitos pela
iniciaitiva privada em Itaquitinga. O Estado assumiria eles”, garantiu.
Para o governador, a parceria com o Poder
Judiciário e o Ministério de Público de Pernambuco também pode ajudar a
diminuir o atual número de detentos em Pernambuco. “Vamos fazer com que os
presos que estão em regime provisório e não foram devidamente julgados tenham
julgamentos mais céleres. Só ficar preso quem tenha a culpa de estar ali em
regime fechado”, declarou.
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