A presidenta Dilma Rousseff disse que não teme o impeachment por
entender que não há “base real” para um eventual processo. Dilma
afirmou, ainda, considerar que o assunto tem caráter de luta política
contra seu governo. As declarações foram feitas em entrevista ao jornal
mexicano La Jornadae divulgadas hoje (24) pela Presidência da República.
“O impeachment está previsto na Constituição. Ele é um elemento da Constituição, está lá escrito. Agora, o problema do impeachment é
sem base real, e não é um processo, e não é algo, vamos dizer assim,
institucionalizado. Eu acho que tem um caráter muito mais de luta
política. Ou seja, é muito mais esgrimido como uma arma política. Uma
espécie de espada política, mistura de espada e de dama que querem impor
ao Brasil”, disse. “A mim não atemorizam com isso. Eu não tenho temor
disso, eu respondo pelos meus atos. E eu tenho clareza dos meus atos”,
completou.
A presidenta, que inicia
amanhã (25) visita oficial ao México, também falou sobre a aproximação
entre os Estados Unidos e Cuba, comentou a situação de países da América
Latina e destacou a importância da Petrobras.
Dilma
espera que a aproximação entre Cuba e os Estados Unidos se aprofunde e
leve ao completo fim o embargo econômico. “Eu sei que não depende do
Executivo americano, depende do Congresso americano, mas esse será um
passo fundamental”, considerou. Em sua avaliação, a aproximação encerra a
guerra fria no continente.
Ao falar
sobre os vizinhos da América Latina, a presidenta disse que é a favor de
que na Venezuela se respeite a ordem democrática por parte do governo e
da oposição. Destacou, ainda, que os conflitos e manifestações fazem
parte da democracia. “Não acredito que a democracia engendre situações
de paz dos cemitérios. A democracia engendra manifestações de rua,
reivindicações, a democracia engendra expressão de descontentamento.”
Em
relação à Petrobras, a presidenta garantiu que a petrolífera é uma
empresa poderosa que tem 90 mil funcionários e passou por um processo de
investigação na Operação Lava Jato em que quatro funcionários estão
sendo acusados de corrupção. “Ninguém pode falar antes de serem
condenados, mas todos os indícios são no sentido de que são responsáveis
pelo processo de corrupção.”
Dilma
ficará no México até a quarta-feira (27) e terá agenda extensa, que
inclui a assinatura de um acordo para facilitar os investimentos entre os dois países.
Fonte - Agência Brasil
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