Nos últimos quatro meses, o
Congresso Nacional contou com o aumento de diversos benefícios para os
parlamentares. Os salários subiram 26,6% e chegaram a R$ 33.763,00. Na Câmara
dos Deputados também foram elevados gastos com verba de gabinete, auxílio-moradia
e cota de atividade parlamentar. O impacto dos ajustes já está no orçamento: o
Congresso custará R$ 1,4 milhão a mais por dia em 2015.
A Câmara dos Deputados e o Senado
Federal devem gastar juntos, este ano, R$ 9,3 bilhões, o equivalente a R$ 25,4
milhões por dia, ou pouco mais de R$ 1 milhão por hora. A maior parcela é para
a Casa dos deputados, que contará com orçamento de R$ 5,4 bilhões. Já o Senado
tem R$ 3,9 bilhões autorizados para despesas.
No ano passado, o orçamento
autorizado para as Casas foi de R$ 8,7 bilhões, isto é, R$ 24 milhões por dia.
Houve então, uma alta anual de 6,9% na previsão dos dispêndios do Congresso.
Sendo que R$ 4,9 bilhões foram orçados para Câmara e R$ 3,7 bilhões para o
Senado.
Dessa forma, a maior elevação se deu
na Câmara dos Deputados: 8,5% ou R$ 420,7 milhões foram acrescentados ao
orçamento do órgão. Grande parcela do aumento se deve aos gastos com salários e
benefícios. Cerca de R$ 346,7 milhões foram incorporados ao pagamento de
pessoal e encargos.
O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu que os aumentos apenas corrigem as
despesas de acordo com a inflação e não vão significar alta de gastos. “Todo
acréscimo será compensado com a redução correspondente em outras despesas que já
foram quantificadas e serão cortadas. Se tivesse qualquer aumento de despesa,
nós não faríamos”, afirmou.
Apesar disso, o orçamento da Casa
também prevê elevação nas chamadas “despesas correntes”, que devem chegar a R$
911,3 milhões este ano, contra os R$ 842,8 milhões do exercício passado. Os
valores incluem, por exemplo, material de consumo, serviços de terceiros e
locação de mão de obra.
No Senado o acréscimo foi menor.
As despesas previstas passaram de R$ 3,7 bilhões para R$ 3,9 bilhões, isto é,
aumento 3,5%. O aumento também se deu principalmente no pagamento de pessoal e
encargos que passou de R$ 3,1 bilhões em 2014 para R$ 3,9 bilhões este ano. As
despesas com outras despesas correntes e investimento, no entanto, caíram.
Além dos salários dos parlamentares,
os dispêndios com pessoal e encargos incluem o pagamento de 18,7 mil servidores
efetivos e comissionados da Câmara e outros 9,3 mil do Senado. Os R$ 7,5
bilhões destinados para esse grupo de despesa representam 80,8% do orçamento do
Congresso neste ano.
As despesas, descritas no
orçamento aprovado na semana passada pelos parlamentares, ainda compreendem o
total de R$ 1,5 bilhão com despesas correntes, R$ 312,2 milhões com
investimentos, R$ 980 mil com amortização da dívida e R$ 245 mil com juros e
encargos da dívida.
O valor orçado para o ano é
semelhante a soma dos dispêndios previstos de três ministérios: Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (R$ 3,3 bilhões), do Meio
Ambiente (R$ 3,2 bilhões) e da Cultura (R$ 3,3 bilhões).
Aumentos nos gastos
O aumento de gastos no Congresso
poderia ser maior. A Câmara chegou a aprovar que deputados e deputadas poderiam
comprar passagens aéreas para trazer esposas e maridos para Brasília. Diante da
repercussão negativa, o presidente da Câmara decidiu recuar da medida.
No que concerne aos aumentos dos
gastos globais das Casas, quase nenhum parlamentar criticou as medidas, mas o
deputado Chico Alencar reconhece que vai gerar um desgaste. “A população nos
olha já de banda, achando que a gente tem muitas facilidades, e isso só agrega
desconfiança. Nós temos hoje, com os valores atuais, condições muito boas de
exercer o mandato”, diz.
Contrários ao aumento salarial
dos parlamentares, os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP) classificaram a medida como inoportuna diante do atual cenário
econômico do país.
“Projetos como esse têm um
impacto grande nas contas públicas, em razão das vinculações constitucionais.
Há muitas incertezas sobre a situação fiscal do Brasil”, ponderou o tucano.
“Estamos em recessão técnica desde agosto. Talvez fosse mais adequada uma
proposta mais condizente com a inflação”, apontou Randolfe.
Fonte - Contas Abertas
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