Calcule os custos de se manter uma empregada doméstica.

 
A vida sem empregada doméstica. Pode parecer o título de um filme, mas essa realidade se aproxima do dia a dia das famílias brasileiras. Do lado comportamental, os casais estão mais econômicos com a prole. No máximo são três filhos. A automação dos eletrodomésticos a cada dia que passa deixa as pessoas mais independentes nas tarefas do lar. Do lado do bolso, aumentaram os custos trabalhistas da contratação de uma doméstica - e devem crescer ainda mais com a aprovação da PEC 478/2010, que equipara os direitos delas aos dos demais trabalhadores (leia mais na edição impressa do Diario deste domingo).

São novos encargos que pesam no orçamento familiar. Há situações que fica mais em conta dispor dos serviços avulsos da diarista. Preferência que faz a cabeça do patrão e do empregado. Tem as suas vantagens e desvantagens. O Diario procurou especialistas em finanças pessoais para saber se vale a pena abrir mão da empregada doméstica e contratar os serviços avulsos.

 (Jarbas Domingos/DP/D.A Press)
Na ponta do lápis, as planilhas apontam algumas variáveis. Salário mínimo da região, tarifa de transporte público, número de pessoas em casa, idade das crianças e dos idosos. No Sul e Sudeste, os gastos empatam, porque o salário da doméstica é superior ao mínimo de R$ 622 e os encargos crescem. Além disso, os transportes são mais caros e as creches capricham nos preços.

No Nordeste, pode ficar mais em conta manter a mensalista, mesmo com a equiparação dos direitos trabalhistas (PEC 478/2010) que vai incluir o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), as horas extras e o adicional noturno. Isso porque os encargos (INSS, 13º salário, férias etc) são calculados em cima do salário de R$ 622. Em Pernambuco, o custo com a manutenção da doméstica fica 37,36% mais baixo do que optar pelos serviços avulsos (diarista, creche, passadeira, comida congelada).

Mesmo assim, a nova tendência no mercado de trabalho é confirmada pela gerente de loja Raphaella Cassimiro, 25. Ela tem um filho, Pierre, 3, e desde que o bebê nasceu contratou uma babá, mas evita a doméstica mensalista. Optou pelos serviços de Francisca Maria da Conceição, 54, duas vezes na semana como diarista. Neste ano, Raphaella resolveu colocar o filho na escola integral e dispensar a babá.

Francisca foi doméstica durante 11 anos. Só dois anos com carteira assinada. Ela aponta as vantagens e desavantagens do novo sistema de trabalho: “Acho que trabalhar como diarista é melhor, porque eu fico mais livre e ganho mais. Só não tenho a garantia do INSS”, adverte. Ela tem renda mensal de R$ 800.

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