Alienígenas malucos invadem os cinemas com o terceiro filme dos Homens de Preto.


Nesta sexta, as telonas serão invadidas por uma galeria nada discreta de armas ultratecnológicas, alienígenas nojentos e um par de sujeitos vestidos de preto, escondidos atrás de óculos escuros e uma carranca impenetrável. O que era um pacote de original e sequência, baseado nos quadrinhos de Lowell Cunningham, agora evolui para trilogia, com a chegada de MIB — Homens de preto 3 (com cópias em 3D), dirigido pelo mesmo cineasta dos anteriores, Barry Sonnenfeld, e novamente com produção executiva de Steven Spielberg. O astro Will Smith continua no elenco como o Agente J, desta vez acompanhado por um Agente K duplamente emburrado: Tommy Lee Jones e sua versão mais jovem, Josh Brolin.
Na trama, o Agente J, que era apenas um novato no primeiro filme, de 1997, já acumula cerca de 15 anos de experiência na agência secreta dos Homens de Preto, especializada em conter, monitorar e, se preciso, expulsar e destruir ameaças extraterrestres. Ele sempre foi parceiro fiel do Agente K — na continuação, de 2002, J ajuda K a recuperar a memória. A caneta que pode neutralizar e desmemoriar um criminoso (ou, no caso, um agente) está de volta.
K guarda para si segredinhos estranhos sobre o universo e seus inúmeros (e gosmentos) habitantes, informações que, se ignoradas, poderiam evitar a extinção da humanidade, a começar por Nova York. Pois J, ao descobrir que a vida de K corre perigo, viaja no tempo, retorna ao ano de 1969 e conhece um K mais jovem (Brolin), com 29 anos. A tarefa de J é, em escassas 24 horas, interferir no passado e forjar um futuro alternativo para a raça humana — com ou sem a cara brava de K.
Brolin e Smith desembarcaram no Rio de Janeiro em fevereiro para fazer a divulgação do filme. Em coletiva de imprensa organizada no Hotel Copacabana Palace, falaram um pouco sobre o lançamento. Sem ternos calorentos ou lentes escuras, é claro. Vestindo conjuntos de tons beges e trocando piadas o tempo inteiro, eles destacaram que, apesar de ser o terceiro capítulo da saga, o novo filme tem identidade própria.
“Estamos 10 anos depois do segundo filme. E mais maduros em relação ao personagem. Não é o mesmo cara novo mandando piadas do primeiro e do segundo, como eu fazia. Aqui, a história tem mais consideração e os personagens estão mais experientes”, disse Smith, que brincou dizendo que estava um pouco preocupado sobre como ficaria o tamanho das suas orelhas em três dimensões. “Poderia ter sido uma tragédia. Vi o filme outra noite. Não ficou tão ruim, mas acentuou um pouco em algumas cenas. Será engraçado para as crianças.”
Ele esteve no Brasil outras duas vezes, para lançar Hitch — Conselheiro amoroso (2005), também na época do carnaval, com a atriz Eva Mendes, e Eu sou a lenda (2007). Pode voltar no ano que vem com o filho de 13 anos, Jaden Smith, com quem divide a tela em After Earth, novo de M. Night Shyamalan.
Smith, duas vezes indicado ao Oscar (por Ali, em 2001, e À procura da felicidade, em 2006) não atuava havia quatro anos, desde o melodrama Sete vidas, e revelou que andou pesando a mão no garfo enquanto esteve fora dos sets. Numa troca de palavras com Brolin, o novato da franquia chegou a dizer que Smith estava ou desempregado ou na rehab (reabilitação).
Para os dois, o ambiente das filmagens, sempre com o encorajamento de Sonnenfeld, era de muito divertimento. “Foi ótimo voltar a um personagem já conhecido. Josh teve toneladas de trabalho para fazer uma persona icônica como K, ele teve todo o trabalho duro. E eu entrei para me divertir. Sei o que J sente e pensa, e estava preparado desde o primeiro dia. Foi como voltar para casa. Foi fantástico”, disse Smith.

Nervosismo
Brolin admitiu um certo nervosismo inicial ao encarnar um Tommy Lee Jones décadas mais novo, mesmo tendo trabalhado com ele outras vezes, em No vale das sombras (2007) e Onde os fracos não têm vez (2007), filme vencedor de quatro Oscars. “Não sei se quando fiz W. (2008) ter passado uns cinco minutos com George W. Bush teria ajudado muito. Talvez o filme teria se saído melhor (risos). Meu personagem em Onde os fracos não têm vez é mais ou menos da mesma região de Tommy. Estava preocupado em não repetir aquele personagem. Mas não aconteceu isso. Em MIB, Tommy cria um personagem, e a cadência, desculpem-me o termo, é tão f... É como tocar um instrumento, não como interpretar um personagem”, resumiu Brolin.
O ator, indicado ao Oscar de melhor coadjuvante por Milk — A voz da igualdade (2008), ainda teve tempo para uma anedota. “Nunca consegui imitar a voz dele na frente dele. Estive no México de férias. Pude me trancar, sozinho, e fazer a voz. Acho que nunca fiquei tão bêbado na vida”, riu Brolin. “Estava realmente com medo de que não conseguiria fazer”, completou.

Curiosidades
» Michael Bay, diretor da franquia Transformers, foi sondado para dirigir o filme. A direção acabou ficando nas mãos de Barry Sonnenfeld, que já havia dirigido os dois primeiros títulos;

» Existem rumores de que os produtores iniciaram as filmagens desta continuação antes de terminar o roteiro, assinado por quatro roteiristas;

» Segundo o site Indiewire, especializado em cinema e música, a ausência do script quase duplicou o orçamento da produção em relação ao segundo filme da série, chegando à soma de US$ 215 milhões.
Com informações de Felipe Moraes, do Correio Braziliense

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