Recordista, gordinho e ex-gari lideram lista de heróis brasileiros no Pan.

A segunda melhor campanha do Brasil na história nos Jogos Pan-Americanos foi marcada pela consagração de atletas dos mais diversos tipos. Houve destaque para os já conhecidos do grande público, os quase anônimos, os que deram a volta por cima. A equipe do ESPN.com.br elegeu seis personagens que representaram as conquistas da delegação brasileira no México.

Thiago Pereira - natação (6 ouros, 1 prata, 1 bronze)

O nadador chegou aos Jogos Pan-Americanos com dez medalhas em Pans e em busca de mais oito. Dito e feito: Thiago Pereira repetiu a campanha do Rio-2007, com seis medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.

Tantas conquistas levaram-no à posição de recordista brasileiro de medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Já são 12 douradas, com 18 no total. Os próximos passos são buscar o recorde brasileiro de pódios, pertencente a Gustavo Borges, com 19; depois, há o ginasta cubano Eric López, recordista de todos os tempos, com 22.

Diante de tantos recordes, Thiago Pereira passa a buscar agora seu maior desafio. Uma medalha olímpica, que ele ainda não tem.

Diego Hypólito - ginástica (3 ouros)

Três provas, três medalhas de ouro. Diego Hypólito teve um desempenho perfeito no Pan de Guadalajara. O ginasta venceu as provas individuais de salto e solo, além de ter ajudado a equipe a conquistar um inédito ouro na disputa coletiva.

A medalha da equipe foi especial, também, por ser a milésima do Brasil e toda a história dos Jogos Pan-Americanos. E para Diego, o pódio pode ter significado o início de uma nova era. "É bom para saberem que não tem apenas o Diego na ginástica. Somos uma equipe, todos eles treinam muito", disse.

As três medalhas são importantes, também, para dar confiança ao ginasta no caminho da Olimpíada de Londres. Nos últimos dois anos, Diego passou por uma série de problemas físicos, teve de operar o tornozelo e ficou afastado dos principais eventos.

Fernando Reis - levantamento de peso (1 ouro)

O halterofilista Fernando Reis entrou para a história de seu esporte no Brasil. Foi dele a primeira medalha de ouro do país no levantamento de peso, na categoria acima de 105 kg.

Fernando fez um regime intenso de engorda nos últimos meses. Ele ganhou 30 kg em um ano e meio e seus hábitos alimentares incluem um prato com arroz e feijão logo no café da manhã. Com tanta comida, ele chegou a 132 kg, 38 a mais do que no Pan do Rio.

Em sua prova, Fernando não deu chances aos adversários. Ele comandou a disputa desde o início e terminou com um total e 410 kg; o segundo colocado levantou 393 kg.

Solonei Rocha - maratona (1 ouro)

Último medalhista do Brasil nos Jogos Pan-Americanos, Solonei Rocha da Silva disputou em Guadalajara apenas a terceira maratona da carreira. A vitória foi uma surpresa e coroa um caminho muito curioso e cheio de dificuldades.

Até dois anos atrás, Solonei era gari e corria atrás dos caminhões de lixo de Penápolis, no interior de São Paulo. Ele trabalhou como funcionário de companhias de limpeza até descobrir o caminho do atletismo.

Depois de conquistar a medalha, Solonei lembrou-se de suas origens. "Quero agradecer ao pessoal da coleta", disse o novo campeão pan-americano.

Lucélia Ribeiro - caratê (1 ouro)

A brasiliense Lucélia Ribeiro tornou-se em Guadalajara a primeira atleta do país a ser tetracampeã pan-americana. A carateca manteve a supremacia após uma luta polêmica com a mexicana Yadira Lira, definida apenas na decisão dos árbitros.

Lucélia teve um início curioso no esporte: ela deixou as aulas de balé para começar a carreira no caratê. Os resultados logo vieram, e as sapatilhas ficaram para trás.

A trajetória vencedora em Pans começou em Winnipeg, em 1999. Depois, ela venceu os Pans de Santo Domingo-2003 e Rio-2007.

Maurren Maggi - salto em distância (1 ouro)

Campeã olímpica, Maurren Maggi passou 2011 dando prioridade ao Pan. Ela se preparou durante todo ano para chegar ao auge durante a competição em Guadalajara. Deu certo.

Com um salto de 6,94 metros, sua melhor marca da temporada, Maurren não deu chance às adversárias e ficou com sua terceira medalha de ouro nos Jogos. "Esse salto que eu fiz foi o que me escapou no Mundial", lamentou.

Agora, a expectativa da tricampeã é para a Olimpíada de Londres, onde ela buscará um inédito bicampeonato.


Comentários